A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga fios e cabos de energia e telefonia soltos ou pendurados em postes no município de Goiânia incluiu uma investigação própria sobre a responsabilidade acerca da trágica morte de Nathaly Rodrigues do Nascimento, adolescente eletrocutada. Ela morreu após pisar em um fio energizado caído na rua 20, no Centro da capital, durante uma tempestade.
O acidente foi em setembro deste ano e também deixou ferimentos em outro adolescente que caminhava ao lado de Nathaly, e que teve mais sorte.
Nesta terça-feira (3), a CEI dos Fios Soltos, como tem sido chamada, realizou sua segunda reunião.
De maneira espontânea, funcionários da Equatorial Goiás compareceram sem convite e participaram da reunião. A concessionária é a responsável pelo fornecimento de energia elétrica, contudo, compartilha os postes da rede com iluminação pública, a cargo da Prefeitura de Goiânia, e com cabos de empresas privadas provedoras de telefonia e internet.
Entre as atividades desta terça, os parlamentares que fazem parte da comissão assistiram imagens de fios soltos no setor Bela Vista. A Comissão aprovou requerimentos que definem, além da apuração da morte da adolescente, uma verificação da rede aérea de fiação.
A CEI também pretende checar o cumprimento de obrigações contratuais por parte das concessionárias de energia e telefonia. Os parlamentares avaliam ainda propor leis para eliminar pontos de risco e responsabilizar empresas por acidentes que poderiam ser evitados.

No caso de setembro, por exemplo, a Polícia Civil indiciou três funcionários da Equatorial no inquérito que investiga responsabilidade pela morte de Nathaly e lesão corporal no jovem Will Robson Júnior. A Polícia alega que os laudos levam à conclusão de que houve negligência e imprudência no religamento automático do sistema e outras falhas, como a falta de um dispositivo para afastar os fios energizados, situação agravada durante a tempestade.
A empresa tem dito que não consta relatório conclusivo sobre o que aconteceu no bojo do inquérito e que não foi informada sobre falha ou defeito na rede da região onde houve o trágico acidente.
Provocada pelos acidentes assustadores e pelo Ministério Público, a prefeitura da capital está tocando a Operação Cidade Segura em parceria com a Equatorial e as empresas de telefonia e internet, já tendo recolhido 19 toneladas de fios e cabos inutilizados desde o início da ação, em outubro até esta terça-feira.
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