12 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 01:03

CEI do Transporte faz cobranças a presidente da CMTC

Presidente foi questionado por veradores na tarde desta sexta-feira (7). Foto: Samuel Straioto
Presidente foi questionado por veradores na tarde desta sexta-feira (7). Foto: Samuel Straioto

O presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Fernando Meirelles (PTC) foi ouvido por representantes da Comissão Especial de Inquérito da Câmara Municipal de Goiânia que investiga a qualidade do transporte público na capital. Os vereadores cobraram do gestor que haja no mínimo garantias de melhorias no sistema, antes que ocorra o reajuste tarifário. Parlamentares disseram que caso o presidente da CMTC, não cumpra o papel de fiscalizar, será pedida a saída dele do órgão.

A qualquer momento se pode ter um aumento tarifário. Basta que a CMTC repasse os cálculos a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC). O presidente da CDTC, Gustavo Mendanha informou recentemente que basta ser oficiado que convocará imediatamente a Câmara. O presidente da CEI dos Transportes, Clécio Alves (PMDB) ao abrir a sessão disse a Fernando Meirelles que se houver aumento, sem nenhum tipo de melhoria no sistema, será pedido ao prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), a saída dele da presidência da CMTC.

“A Comissão aprovou requerimento que caso a tarifa seja aprovada, sem que haja melhoria, essa comissão de vereadores de Goiânia vai ao prefeito Iris Rezende pedir a sua exoneração do cargo de presidente da CMTC. Estamos o informando respeitosamente e adequadamente, para que vossa senhoria se uma a população”, declarou Clécio Alves.

Estrutura

Muito se cobra da CMTC, que é um órgão que não cumpre com o papel de fiscalizar as empresas de ônibus. Mas pouco se fala da estrutura que a companhia tem para fazer o trabalho em Goiânia e nas outras 17 cidades da região metropolitana. A CMTC recebe 1% da arrecadação de todo o sistema, o que varia entre R$ 350 mil a R$ 400 mil.

“A CMTC precisa de estrutura para poder executar e fazer com que seja cumprido o contrato. A majoração nesses menos de 60 dias, estamos fazendo varredura, uma força tarefa para que possamos levantar dados para que a gente dê respostas. Hoje o 1% que se repassa é insustentável. Esse 1% é custeado pelo usuário”, declarou o presidente da CMTC.

Vereadores questionaram Fernando Meirelles, o porque as empresas não estão repassando 2%, deliberado pela CDTC no dia 13 de fevereiro de 2015. Anselmo Pereira (PSDB), disse que a CMTC foi negligente ao não cobrar judicialmente das empresas o repasse. “A CMTC é altamente negligente na responsabilidade de fiscalizar e de cobrar. Tem o que cobrar e não o faz” Anselmo Pereira destacou que se a CMTC não tiver estrutura, não será possível fazer fiscalização.

Fernando Meirelles argumentou que as assim que assumiu o cargo de presidente da CMTC teve de “implorar” as empresas para que fizessem o repasse. Ele destacou que chegou inclusive ter atraso de um mês.

“Quando cheguei lá na CMTC perguntei para a equipe como era a questão. Me disseram que todo mês tem que mendigar. De imediato na primeira que fiz no consórcio, vi um disposto legal que o valor tem que ser retido pelo SET e ser repassado a CMTC, sem que a gente tenha que ir lá”, argumentou Meirelles.

Fernando Meirelles também criticou o governo do estado por não ajudar na manutenção da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos.

Pontos de ônibus

O vereador Anselmo Pereira fez outro duro questionamento, sobre pontos de ônibus. O “Tucano” disse que a CMTC só tem se preocupado em colocar pontos de ônibus nas áreas mais nobres da cidade, se esquecendo dos locais mais distantes, onde moram as pessoas de baixa renda.

Transporte integrado

Ao dizer sobre o sistema de transporte como todo, o presidente da CMTC disse que hoje da forma com que está o transporte integrado é ineficaz. “No passado, foi muito bonito, mas hoje é ineficaz”, argumentou.

Em cima do muro

Os 35 vereadores da Câmara Municipal de Goiânia organizaram abaixo assinado cobrando que se aumente a tarifa depois de 90 dias de melhorias serem efetivamente apresentadas pelas empresas de ônibus ao cidadão. Questionado pelo vereador Clécio Alves sobre objetivamente qual seria o voto dele na CDTC, Fernando Meirelles, não disse, nem que sim, nem que não, que é melhor aguardar as conversas com o Ministério Público. Vale ressaltar que recentemente o MP expediu recomendação a CMTC sobre o assunto.

Respostas

O Consórcio da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) foi procurado pela reportagem, pelo fato de não estarem passando 2% da arrecadação do sistema para a CMTC, mas assim como na última segunda-feira (3), quando também fizemos pedido de informações, novamente não tivemos resposta na solicitação feita. Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Meio Ambiente, Cidades, Assuntos Metropolitanos (Secima), órgão estadual que tem cadeira na CDTC, informou que o superintendente da área não foi encontrado para comentar o assunto.

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