A instauração da CEI da Comurg com adesão e assinaturas de parlamentares da base e partido do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) é uma ‘prova clara’ que a relação entre Paço Municipal e Câmara dos Vereadores ainda não é harmônica como buscava o chefe do executivo, indica o autor do requerimento que dará origem a Comissão, o vereador Ronílson Reis ao Diário de Goiás.
“A prova mais clara de que a relação não é das melhores está nas 24 assinaturas que conseguimos coletar. Se a relação fosse boa e harmônica, isso jamais teria acontecido”, destacou em entrevista exclusiva concedida nesta quarta-feira (01º) após o parlamentar reunir as rubricas necessárias para abrir a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que promete apurar irregularidades na Comurg.
Domingos Ketelbey: Desde o ano passado o vereador tenta coletar assinaturas para a abertura da CEI. Hoje obteve 24 assinaturas. Qual a expectativa para o início dos trabalhos?
Ronilson Reis: É o melhor possível. É esclarecer. Recebemos várias denuncias desde setembro de 2022, irregularidades no que tange a falta de pagamento de FGTS, ISS. Irregularidades em contratos e aditivos na Comurg. O que eu entendo é que com essas denúncias foram fundamentadas essa CEI. Vamos investigar e saber se procedem as denúncias.
DK: O prefeito tem indicado mudanças no secretariado. Essas especulações, por exemplo, na Educação, contribuiram para a adesão de outros vereadores até da base do prefeito?
Ronilson Reis: Eu não sei se contribuiu, mas eu já tinha o número suficiente desde a semana passada. Eu queria chegar num quórum mais qualificado. Agora desencadeou das 24 assinaturas. Houve um entendimento geral de 24 vereadores.
DK: Como fica a governabilidade do prefeito Rogério Cruz diante desse contexto?
Eu acredito que a governabilidade dele no município depende dele mesmo como gestor. Nós somos poderes independentes mas temos de ter uma harmonia com a Câmara. O que os vereadores e a Câmara querem é ajudar a melhorar a vida dos goianienses. Tem que ter uma harmonia entre o Poder Executivo e Legislativo não pode faltar essa harmonia. Entendo que com muita maestria ele deve conduzir isso da melhor forma possível.
DK: Então há ruídos na harmonia entre Poder Executivo e Legislativo?
A prova mais clara de que a relação não é das melhores está nas 24 assinaturas que conseguimos coletar. Se a relação fosse boa e harmônica, isso jamais teria acontecido. É algo inédito para a administração pública da cidade. Claro, há o que se apurar e investigar com relação a irregularidades e todos terão direito a defesa.
DK: O senhor fechou o ano alegando ter 12 assinaturas. Hoje apresentou 24. O que atribui essa mudança de cenário tendo o dobro das rubricas necessárias?
É o interesse dos vereadores de querer investigar. No calor da emoção o vereador não quer assinar, quer analisar primeiro. Durante esse período de dezembro até fevereiro eu venho conversando com pares. Hoje, chegamos às 24 assinaturas. Entendi por bem protocolar logo porque é o número mais que suficiente para instauração da CEI da Comurg.
DK: Quais os próximos passos para o ínicio dos trabalhos na Comissão?
Protocolamos e apresentamos o requerimento juntando com as 24 assinaturas. A diretoria legislativa vai encaminhar o processo para a Procuradoria que vai analisar e ver a fundamentação e admissibilidade, retorna à diretoria legislativa para comunicar os partidos para que possa fazer a divisão dos cargos internos que vão conduzir os trabalhos da CEI.