10 de agosto de 2024
Justiça

Cassado, Gabriel Monteiro não é mais vereador no Rio de Janeiro, mas poderá se candidatar; entenda

Candidatura de youtuber já foi até registrada, mas passará por análise no TRE até 12 de setembro
Gabriel Monteiro recebeu acusações de estupro, assédio sexual e vídeos forjados para a internet. (Foto: reprodução)
Gabriel Monteiro recebeu acusações de estupro, assédio sexual e vídeos forjados para a internet. (Foto: reprodução)

O ex-policial e, agora, também ex-vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro teve seu mandato cassado nesta quinta-feira (18). Após votação no plenário da Câmara, o youtuber recebeu punição por quebra de decoro parlamentar, já que é acusado por uma série de crimes como assédio sexual, moral e tentativa de estupro. Além de tudo, Monteiro também foi acusado de intimidações, agressões e de cometer outros crimes contra menores de idade.

As acusações, que vinham sendo investigadas pelo Conselho de Ética da Câmara do RJ e também pela Justiça, resultaram em uma sessão de seis horas e meia. O placar final foi de 48 votos favoráveis à cassação e 2 votos contrários. Era necessário um mínimo de 34 votos, do total de 50 parlamentares presentes. Apenas o próprio Gabriel Monteiro e Chagas Bola (União Brasil) votaram contra a cassação. Carlos Bolsonaro (PL) não votou pois está licenciado do mandato desde 2 de agosto para cuidar das mídias sociais do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição.

A defesa de Monteiro sustentou que a encenação com a adolescente no shopping foi consentida pela mãe da jovem, que a gravação com o morador de rua era um experimento social e que ele teria sido agressivo, e que o vereador não sabia que a menina com quem se relacionava era menor de idade.

O advogado Sandro Figueredo também argumentou que Monteiro estava sendo vítima de uma conspiração da chamada máfia do reboque, empresa que teria sido denunciada por ele. 

A quase totalidade dos vereadores que ocuparam a tribuna criticou Monteiro, famoso em seu canal de YouTube por fiscalizações em hospitais, abrigos e escolas públicas, além de supostas ações contra criminosos, por ter sido contra os princípios que devem nortear a conduta parlamentar. 

Monteiro foi o último a falar. Ele disse que havia errado por não aprender com os colegas mais velhos e que era muito jovem. Monteiro disse que não havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para não ser jogado na cova dos leões.  “Eu não sou condenado a nada, eu sei que tomar uma posição contra minha posição aqui é muito doloroso porque a perseguição que virá sobre os senhores será muito grande. Mas pior é entregar a cabeça de um dos seus pares, mesmo sem uma condenação”, disse Monteiro.

Apesar do processo de cassação, os supostos crimes de Monteiro correm na justiça criminal. Com isso, o vereador deve concorrer a deputado federal, quando esses crimes migrarão, caso ele seja eleito, para instância superior, pelo foro especial por prerrogativa de função. Com isso, poderá levar ainda alguns anos até que ele perca o mandato, caso condenado. Monteiro já até registrou candidatura, pois sua quebra de decoro se deu depois do prazo para isso.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda vai analisar a legalidade das candidaturas apresentadas até o dia 12 de setembro. O que será avaliado são questões éticas, assim como possíveis pedidos de impugnação de candidatura – o que já existe contra Gabriel -, e os respectivos recursos. Depois disso, a Justiça decidirá se a candidatura estará apta para seguir ou não.


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