A prisão dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, são vistos pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, como uma “vitória do Estado brasileiro”. Neste domingo (24), foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
Segundo Lewandowski, a prisão dos supostos mandantes pode significar que os trabalhos de investigação sobre a morte da vereadora e do motorista foram dados como encerrados. O ministro ressalta a importância das prisões.
“Este momento é extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das nossas forças de segurança do país com relação ao combate ao crime organizado. É claro que podem surgir novos elementos que levarão eventualmente a um relatório complementar da Polícia Federal. Mas neste momento, os trabalhos foram dados como encerrados”, afirma.
Além disso, o ministro da Justiça define as prisões como um “triunfo expressivo do Estado brasileiro contra a criminalidade organizada” demonstrando que o crime organizado não terá sucesso no Brasil. De acordo com Lewandowski, as forças de segurança estão alertas para o enfrentamento do crime.
“Alguns integrantes dessa polícia [Civil do Rio de janeiro] logravam obstruir o avanço das investigações. Isso mostra que o crime organizado não terá sucesso em nosso país, pois temos polícia forte, efetiva, e as forças de segurança no Brasil estão alertas, atentas e estão preparadas para enfrentar o crime organizado”, diz.
Declaração
As prisões acontecem na semana que o ministro da Justiça declarou que não existem incertezas quanto ao responsável pelos assassinatos da vereadora e do motorista. Lewandowski teria afirmado que existem elementos conclusivos para a solução do caso, visando responder os questionamentos sobre quem mandou matar Marielle e a motivação.
Em março deste ano, a bancada do PSOL e o ministro da Justiça se reuniram para enfatizar a importância da resolução do caso Marielle. Na ocasião, os parlamentares relataram que Lewandowski mencionou a necessidade de algumas diligências adicionais, mas que já existiam evidências suficientes baseadas na confissão do ex-policial Ronnie Lessa, responsável pela morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Ainda neste domingo, o ministro da Justiça informou que acredita que existem elementos suficientes nos autos para uma denúncia pelo Ministério Público. “Depois de denunciados, todos ou alguns deles, será submetido ao relator acolhendo ao todo, ou em parte a denúncia, e depois o julgamento será feito pela primeira turma do STF”, declarou.
Motivação complexa
De acordo com o ministro da Justiça, a motivação do crime é complexa, uma vez que o crime organizado do Rio de Janeiro se dedica à várias atividades ilícitas. “Diversos indícios do envolvimento dos Brazão, em especial Domingos, em atividades criminosas como milicias e grilagem de terras. Ficou delineada divergência no campo político em regularização fundiária e direito à moradia”, diz um trecho do relatório da Polícia Federal lido por Lewandowski na coletiva.
“Me parece um trecho significativo sobre o assassinato de Marielle, que se opunha a esse grupo que queria regulariar terras para fins comerciais, enquanto o grupo de marielle queria utilizar essas terras para fins sociais, de moradia popular”, afirmou Lewandowski.
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