Desaparecida desde a última sexta-feira (17), o paradeiro de Ana Clara Pires da Silva Camargo, de sete anos, ainda é incerto. Para piorar, informações falsas atrapalham as investigações. Nos últimos dias começaram a circular pela internet, inclusive por grupos de WhatsApp, informações de que a criança teria sido encontrada.
“Fomos surpreendidos com várias pessoas que criaram notícias falsas na internet, inclusive policiais da equipe fizeram várias diligências e acabaram verificando que eram informações falsas, tratavam-se de trotes. Então, empenhou-se uma energia muito grande em muitas diligências que, ao final, não se conseguiu um resultado positivo”, explicou o responsável pelas investigações, delegado Cleiton Manoel.
Em entrevista à Rádio 730 AM nesta terça-feira (21), o delegado ressaltou que as pessoas que tiverem qualquer informação sobre Ana Clara que possa de fato ajudar nas investigações devem ligar diretamente para a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO).
“A Polícia Civil pede a todos que queiram ajudar, que entrem em contato com nosso 197, mas que tenha essa responsabilidade de informar pelo menos aquilo que acredita que possa ser verdade e não criar notícias falsas para complicar ainda mais uma atividade que está sendo tão penosa para os policiais”, disse.
Testemunha
De acordo com Cleiton Manoel, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), a menina foi vista por uma vizinha por volta das 13h30. “Uma testemunha viu a criança de aproximando de sua residência, a cerca de 70 metros. Daí para frente não se tem mais notícias da menina”, afirmou.
Segundo a testemunha, a menina teria ido em direção à sua casa. “Uma vizinha, que mora a quatro casas da residência da criança, saiu de casa por volta das 13h30 para colocar o lixo para fora e viu a criança se aproximando de casa, inclusive até trocou poucas palavras com ela. Aí entrou novamente à residência e foi surpreendida um pouco mais tarde com o desaparecimento da criança”.
Entenda o caso
Desapareceu na tarde da última sexta-feira (17), por volta das 13h, uma menina de sete anos chamada Ana Clara Pires da Silva Camargo. A criança foi vista pela última vez no saindo de casa para levar um dinheiro à vizinha e ao voltar foi vista sendo abordada por um veículo. A menina entrou em casa e saiu de volta sem ser vista novamente.
O fato ocorreu no Residencial Antônio de Carlos Pires, em Goiânia, localizado ao lado do Orlando de Morais, saída para Santo Antônio. A menina é filha de Arlindo Sebastião de Camargo, subtenente aposentado do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO).
Confira a entrevista na íntegra:
Altair Tavares: A imagem que circula na internet de que a criança teria sido encontrada é verdadeira?
Cleiton Manoel: A Polícia Civil ainda não encontrou a criança. Estamos com equipes nas ruas neste momento à procura dessa criança. Não é do conhecimento da Delegacia o encontro dessa menina que desapareceu na última sexta-feira. Mas esperamos encontrá-la o mais rápido possível. Neste último final de semana fomos surpreendidos com várias pessoas que criaram notícias falsas na internet, inclusive policiais da equipe fizeram várias diligências e acabaram verificando que eram informações falsas, tratava-se de trotes. Então, empenhou-se uma energia muito grande em muitas diligências que, ao final, não se conseguiu um resultado positivo. A Polícia Civil pede a todos que queiram ajudar, que entrem em contato com nosso 197, mas que tenha essa responsabilidade de informar pelo menos aquilo que acredita que possa ser verdade e não criar notícias falsas para complicar ainda mais uma atividade que está sendo tão penosa para os policiais.
Altair Tavares: Qual o último vestígio registrado?
Cleiton Manoel: Temos o registro quando chegamos à residência dela. Inclusive está sendo levada neste momento à Deic uma testemunha que viu a criança se aproximando da sua residência cerca de 70 metros. Daí para frente não se tem mais notícias da menina. Temos várias informações, inclusive alguns vídeos que estão sendo checados, mas nenhum ainda foi confirmado como sendo da menor desaparecida.
Altair Tavares: Ela estava em direção à casa?
Cleiton Manoel: Isso. Uma vizinha, que mora a quatro casas da residência da criança, saiu de casa por volta das 13h30 para colocar o lixo para fora e viu a criança se aproximando de casa, inclusive até trocou poucas palavras com ela. Aí entrou novamente à residência e foi surpreendida um pouco mais tarde com o desaparecimento da criança. Ela foi vista chegando, a menos de 50 metros de sua casa.
Altair Tavares: Se ela foi, provavelmente, raptada, aconteceu nesse perímetro?
Cleiton Manoel: Exatamente. Na porta de casa. Alguém que estava passando naquele momento ou alguém que poderia estar esperando a menor. O fato é que ela foi levada na porta de sua casa.
Altair Tavares: A Polícia tem imagens desse lugar?
Cleiton Manoel: Trata-se de um barro muito novo em Goiânia, desprovido de câmeras. Verificamos a existência de algumas câmeras distante do local do desaparecimento, em um supermercado. Então, o registro que temos dela é bem distante desse local do desaparecimento, mais de 200 metros do local do desaparecimento, em um horário anterior. Então, temos imagens anteriores e essa testemunha, que a viu se aproximando de casa, mas também não acompanhou ela entrando na residência. Conversou poucas palavras, entrou para dentro de casa e a menina seguiu rumo à casa dela. Nesse meio tempo, ela acabou desaparecendo.
Altair Tavares: A família tenha alguma pista de alguém que queira promover alguma vingança?
Cleiton Manoel: De todas as linhas investigadas até o momento, inclusive os familiares, não se levantou nenhuma possibilidade ainda. A investigação criminal é muito complexa e muda a cada segundo. Mas até o presente momento, ainda não verificamos nenhum motivo que pudesse ter motivado uma vingança contra a menor ou a família. Então, nós também não temos informações nesse sentido. Esperamos encontrar a criança com vida, acreditamos que ela foi levada, tirada do convívio familiar por algum agressor ou malfeitor e trabalhamos nesse sentido. Acreditamos que teremos êxito em encontrá-la ainda com vida.
Altair Tavares: A repercussão sobre o caso tem impressionado a Polícia?
Cleiton Manoel: Geralmente são casos de pessoas públicas, crianças, idosos que atraem a atenção da imprensa. As pessoas gostam de ver, ficar comovidas com a história. Eu mesmo tenho uma criança em casa. Então, a gente fica bastante sensibilizado. E como uma criança de sete anos desaparece na porta de sua residência? As pessoas começam a imaginar que pode acontecer com elas a qualquer momento. Mas trata-se de um fato isolado, aconteceu em um bairro novo, distante, pouco habitado. Então, um conjunto de coisas favoreceu esse desaparecimento.
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