19 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 00:52

Caso Ana Clara: Após morte de suspeito, polícia investiga outros envolvidos

A Polícia Militar (PM-GO) e a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) apresentaram nesta quarta-feira (22) pontos da investigação do desaparecimento e morte de Ana Clara Pires da Silva Camargo, de sete anos. De acordo com a Polícia Militar, uma denúncia através do número 190 fez com que os policiais encontrassem um veículo prata na GO-462, próximo à Embrapa, em Santo Antônio de Goiás.

‘No início desta manhã, no final da madrugada, a Polícia Militar recebeu um telefonema através do 190 informando de um veículo, que teria sido abandonado e que a pessoa que teria abandonado esse veículo, ao avistar outra pessoa teria saído correndo e deixado esse veículo inclusive com as portas abertas”, afirmou o porta-voz da PM-GO, tenente-coronel Ricardo Mendes.

Em seguida, os policiais constataram que não havia registro de furto ou roubo do veículo e foram até a residência do proprietário do carro. No local, não havia ninguém. Em contato com o possível proprietário da residência que estaria para alugar, os policiais identificaram Luís, que já era considerado suspeito pela Polícia Civil. Questionado sobre o veículo, os polícias sentiram que o suspeito estaria nervoso.

“Foi feita uma ligação, até porque a Polícia Militar estava preocupada inclusive achando que aquele veículo estava naquela localidade que poderia inclusive ser um sequestro relâmpago e a vítima estava subjugada. Diante disso, a pessoa atendeu o telefone, se identificando como Luís e naquele exato momento o policial que estava do outro lado da ligação achou que ele estava se mantendo de maneira nervosa, não estava passando as informações de maneira correta e isso trouxe um estado de suspeição para o policial militar, que naquele exato momento ao indagar sobre o veículo ele respondeu do outro lado que iria se entregar e que ele não queria ter feito aquilo, e desligou o telefone automaticamente”, explicou Ricardo Mendes.

O corpo de Ana Clara foi encontrado aproximadamente a 30 metros do veículo. Em busca da localização de Luís, a polícia conseguiu identificar a namorada do suspeito, que foi ouvida e é considerada até o momento como testemunha. Durante depoimento, a mulher teria informado que Luís poderia estar na casa de seu irmão, cunhado do suspeito.

Nessa residência, situada no setor Carolina Parque, a Polícia Militar informou que ninguém respondia aos chamados. Em seguida, os policiais entraram na casa e foram surpreendidos com tiros, disparados por Luís. Ao revidar, os policiais acabaram matando o único suspeito.

Questionado sobre porque Luís teria deixado o próprio carro no local do crime, onde foi visto hoje pela manhã abandonando o veículo, a Polícia Civil afirmou que agora a investigação trabalhará com a possibilidade de ter mais pessoas envolvidas no crime.

“A polícia trabalha com a possibilidade de haver mais pessoas envolvidas. O inquérito tem 30 dias para ser concluído e a Polícia Civil não descarta ainda a possibilidade de que haja outra pessoa ou outras pessoas envolvidas. Isso é o que vamos averiguar e ao final do procedimento vai ficar bem claro se ele agiu sozinho ou teve o apoio de alguém”, ressaltou o delegado e assessor de imprensa da Polícia Civil, Gylson Mariano Ferreira.

O corpo

O corpo de Ana Clara foi encontrado nesta quarta-feira pela PM-GO e reconhecido por familiares. A data da morte da menina é incerta, uma vez que será necessário esperar os laudos da Polícia Técnico Científica serem concluídos. Diante disso, não há informações de como a criança tenha sido assassinada ou se sofreu algum tipo de agressão ou violência sexual.

“O material foi coletado hoje, com a localização do corpo. São exames de local de crime, necropsia, são vários exames periciais que a gente precisa aguardar o laudo para definir exatamente como foi a dinâmica e a circunstância desse episódio”, reforçou Gylson Mariano.

Suspeito

Luís não tinha passagem pela polícia. No entanto, denúncias anônimas chegaram à Polícia com informações de que ele, que era uma pessoa próxima da família de Ana Clara, tinha o costume de ficar nas proximidades de escolas conversando com crianças, oferecendo balinhas e até dinheiro.

“O que chegou à Polícia Militar através de denúncias anônimas e que serão comprovadas no inquérito, é que esse indivíduo não possui passagem policial, porém ele já tinha uma personalidade de abordar crianças em escolas, oferecia balinha, doces e até dinheiro. Temos essas informações através de denúncias anônimas”, afirmou o porta-voz da PM-GO.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi ouvido na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) nesta terça-feira (21) e liberado por falta de provas. “Ele foi ouvido na Delegacia, mas como não era uma situação evidentemente de flagrante e não havia um mandado, a polícia não podia prender ele naquela situação. A princípio, ele estava sendo ouvido como suspeito, mas não havia a possibilidade legal de mantê-lo encarcerado naquela situação”, disse Gylson Mariano.

Luís Carlos Costa Gonçalves foi morto nesta quarta-feira (22), em uma residência localizada no setor Carolina Park, em Goiânia, após abordagem da Polícia Militar. Durante a coletiva, a polícia não soube explicar como o suspeito teria voltado para Goiânia após deixar o próprio carro no local onde o corpo estava.

Veja vídeo da coletiva:

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