Goiás registrou em 2024 um dos movimentos mais expressivos do país no comportamento conjugal. De acordo com as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas pelo IBGE, o Estado contabilizou 33,6 mil casamentos, alta de 3,5% em relação a 2023, uma taxa quatro vezes maior que a média nacional, de 0,9%. A expansão coloca Goiás entre os Estados que mais ampliaram o número de uniões formais no último ano.
Enquanto 13 unidades da Federação registraram queda no total de casamentos, Goiás apresentou crescimento consistente, acompanhando apenas outros dois Estados com ritmo semelhante ou superior: Tocantins (17,2%) e Paraíba (16,1%). O desempenho goiano chama atenção especialmente porque ocorre após oscilações expressivas da série histórica e em um cenário nacional de estabilização.
O aumento é interpretado pelo IBGE como reflexo tanto da retomada pós-pandemia quanto de mudanças demográficas e econômicas que influenciam a decisão pelo casamento civil.
Mulheres casam cada vez mais tarde
Outro destaque do levantamento é a transformação no perfil etário das mulheres que se casam. Pela primeira vez na série recente, mais da metade das noivas goianas tinha 30 anos ou mais. Em 2024, esse grupo representou 50,1% das uniões heteroafetivas um movimento que marca a transição para casamentos mais tardios no Estado.
O avanço é contínuo e se intensifica desde 2023. Ao mesmo tempo, há redução nas faixas mais jovens: mulheres com até 19 anos, que em 2020 representavam 10,2% das noivas, passaram a apenas 6,9% em 2024. Já entre mulheres com 60 anos ou mais, a participação subiu e atingiu 3%, número recorde desde o início da série.
Entre os homens, a tendência é semelhante: 59,5% dos noivos tinham 30 anos ou mais em 2024.
Casamentos homoafetivos disparam em Goiânia
O dado mais surpreendente da pesquisa é o salto nos casamentos homoafetivos em Goiânia. Em 2024, foram 240 registros, aumento de 43,7% em relação a 2023, o quarto maior crescimento entre todas as capitais brasileiras, atrás apenas de São Luís, Cuiabá e Maceió.
As uniões entre mulheres são a maior força dessa expansão: foram 150 casamentos femininos, um crescimento de 56,3%. Em Goiás como um todo, o aumento também é expressivo: 37%, índice muito acima da média nacional, de 8,8%.
Para especialistas, o movimento reflete tanto maior reconhecimento jurídico quanto maior visibilidade social das relações homoafetivas no Estado.
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