Um casal, identificado como Alisson Alcoforado de Araújo e Cleide Pereira de Alencar, foi condenado pela Justiça de São Paulo a 3 anos em regime aberto por estelionato. A dupla prometia que um “investimento” geraria até 8% de lucro ao mês, incluindo inclusive pessoas famosas como os atores Juliana Paes e Murilo Rosa e o ex-jogador Luis Fabiano. O golpe teria acontecido em 2017 e as investigações começaram em 2019.
O golpe do casal foi investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo, a sentença que os condenou saiu apenas no dia 29 de janeiro deste ano. Além disso, outros quatro réus foram absolvidos e considerados inocentes, com base em laudos periciais, conversas apresentadas e interrogatórios.
Conforme as investigações, as vítimas recebiam nos primeiros meses algum retorno financeiro, acreditando-se ser para dar credibilidade ao falso negócio do casal e fazer com que as vítimas trouxessem novos interessados e mantivessem os investimentos. Por meio de intermediadores o negócio vinha a ser conhecido e as vítimas aplicavam dinheiro com promessa de retorno na compra de veículos seminovos, prometendo lucros de 4% a 8% mensais.
Posteriormente, a associação revenderia os carros a concessionária com sobrepreço e as vítimas recebiam durante alguns meses o retorno financeiro. Entretanto, o dinheiro não era fruto do investimento, mas sim de novas vítimas, uma vez que, segundo a Justiça, não havia veículo.
A Justiça de São Paulo, por meio do juiz José Paulo Camargo Magano, da 11ª Vara Criminal, Foro Central Criminal Barra Funda, entendeu que os dois seriam os autores do crime. Diante da decisão, além do regime aberto, o casal está condenado a devolver R$460 mil para Juliana Paes, R$ 460 mil para Murilo Rosa, R$280 mil para Luis Fabiano, R$ 84 mil ao consultor financeiro dos atores e R$ 38 mil para outras vítimas.
Sem contrato
Algumas vítimas do casal contaram que não chegaram a fazer contrato, sendo um “investimento” baseado na “confiança”, sendo uma inclusive amiga dos réus, que recebeu a promessa de lucro em cima de cada pessoa que conseguisse investir. Algum tempo depois, a vítima soube que o negócio tinha “falido” e que o dono seria Alisson, que prometeu a devolução dos valores.
A Justiça contou com ao menos seis testemunhas de acusação, que detalharam que confrontaram Alisson sobre o negócio “falido”, mas que ele teria dito que pagaria os valores após a entrada de um novo investidor, à época, Luis Fabiano.
Pirâmide
Após análise das provas, depoimentos e interrogatórios, o juiz concluiu que o esquema se tratava de uma pirâmide financeira, que oferece aos associados benefícios que dependem de novos membros. “Quando a entrada de novos investidores diminuiu, o que impossibilitou o pagamento dos antigos investidores, o negócio ruiu, não havia carros, lojistas e nem divisão de lucro”, afirmou na sentença.
A pirâmide foi definida uma vez que o “retorno” do investimento seria baseado em “montantes já obtidos junto às novas vítimas da estrutura criminosa articulada”. Segundo a sentença, o casal se beneficiou chegando a fazer inclusive viagens para o exterior.
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