23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:29

Casal de marqueteiros pede liberação de R$ 22 milhões para pagar contas

O marqueteiro João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, deixam a sede da Polícia Federal em Curitiba / Foto: Paulo Lisboa
O marqueteiro João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, deixam a sede da Polícia Federal em Curitiba / Foto: Paulo Lisboa

Responsáveis por campanhas presidenciais milionárias dos ex-presidentes Lula e Dilma, os publicitários João Santana e Mônica Moura, delatores da Operação Lava Jato, pediram ao juiz Sergio Moro a liberação de R$ 22 milhões para pagar gastos pessoais, em função de “dificuldades financeiras”.

O casal argumentou que “não pode trabalhar e auferir renda para seus gastos pessoais e de suas famílias”, e disse que a restituição é fundamental, inclusive para o pagamento de advogados. A petição foi enviada à Justiça na última terça (8).

Os valores estão bloqueados há pouco mais de um ano, quando o casal foi libertado mediante o pagamento de fiança.

Santana e Moura eram acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras.

Meses depois, os dois fecharam um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), em que admitiram ter recebido propina e caixa dois no exterior.

Desde agosto do ano passado, eles estão em liberdade, mas ainda não voltaram a trabalhar.

Valores

O saldo das contas bancárias do casal no Brasil foi bloqueado pela Justiça, como fiança: no total, eram R$ 31,5 milhões. Desse valor, Moro já havia liberado R$ 6 milhões para o pagamento de multas acertadas na delação.

Agora, os delatores aguardam a repatriação, em favor da União, de outros US$ 21 milhões que estão numa conta offshore na Suíça, a Shellbill -alimentada, segundo eles, por pagamentos em caixa dois de campanhas eleitorais. Eles abriram mão do dinheiro no acordo de delação.

Segundo os advogados Beno Brandão e Alessi Brandão, o casal aguarda andamento a um pedido de cooperação internacional com a Suíça, encaminhado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em julho. Para a defesa, “o atraso na repatriação se deve, única e exclusivamente, ao MPF”.

“Não podem, portanto, os colaboradores serem punidos por essa demora”, escrevem os defensores.

O Ministério Público Federal se posicionou contra a liberação, argumentando que os R$ 22 milhões bloqueados servem como “garantia” à repatriação dos valores da Suíça, e pede que eles só sejam liberados depois de feita a cooperação internacional com aquele país.

O juiz Sergio Moro ainda não havia decidido sobre a questão até a tarde desta segunda (14). (Folhapress)

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