23 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/05/2021 às 09:26

Carlos Bolsonaro posta “fake” de deputado goiano que filiou-se ao PSL

Reprodução do equívoco de Carlos Bolsonaro e o Major Araújo: "Falem mal, mas falem de mim", disse o deputado
Reprodução do equívoco de Carlos Bolsonaro e o Major Araújo: "Falem mal, mas falem de mim", disse o deputado

Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) usou o twitter na manhã desta terça-feira e ressuscitou uma reportagem produzida pela TV Serra Dourada, afiliada do SBT em Goiás, em que mostra o deputado estadual Major Araújo (PRP) apresentando um projeto de lei que desarmava a Polícia Militar. A reportagem foi exibida em 2011, oito anos atrás e o Major apresentou o projeto como uma forma de consulta popular em quê a sociedade decidiria se queria uma Polícia desarmada ou não.

À legenda do tuíte do vereador, ele escreve: “Deputado defende desarmar Polícia já que bandido está armado evitando assim as mortes. Meu Deus! Isso tudo não é ao acaso, basta ler os comentários das “pessoas” que nos atacam!”, o vídeo também trás o texto: “Deputado do PT sugere que desarmem os policiais para que bandidos não sejam alvejados”.

Na entrevista, Araújo, que nunca fez parte do Partido dos Trabalhadores afirmou: “o que queremos é justamente isso que a sociedade diga se a forma como estamos agindo é correta, deve permanecer, é viável ou se ela deve mudar e mudando, só desarmando a Polícia Militar. Os militares tem sido condenados por uso de arma letal. Digo por uso porque os confrontos são inevitáveis, eles ocorrem rotineiramente […] Precisamos de um debate para saber, se essa forma deve continuar, sendo a forma de ação ou se deve mudar e pra mudar temos desarmar uma das partes. Se não podemos desarmar os criminosos, que nós desarmemos os militares”, explicava.

O projeto apresentado pelo Major foi mal recebido não apenas por colegas parlamentares, como também por especialistas em segurança pública e membros da Polícia Militar. Ele foi retirado de discussão e desde então é pauta esquecida na Assembleia Legislativa. “Pelo que estou vendo, ninguém é a favor de desarmar a polícia. Isso quer dizer que ela deve continuar como está”, mencionou Araújo na época.

Em entrevista ao Diário de Goiás, Major Araújo disse que Carlos Bolsonaro caiu “no conto do vigário” e foi vitima de fakenews. Araújo disse que não vai tomar nenhuma providência judicial porque considera a publicação “esdruxula” e “besta”. “É uma mentira tão esdruxula, tão besta, que me ofenderia mais se dissessem diretamente falando que eu participei de uma organização criminosa X e cometi o crime Y, ai sim eu tomaria providências judiciais a respeito do assunto”, explicou. Ele lembra que já tem uma boa base de seguidores nas redes sociais e eles mesmos ajudam a esclarecer que o compartilhamento não se trata de uma verdade. “Se você olhar os comentários abaixo, tem vários de meus seguidores explicando o que aconteceu, inclusive postando vídeos de reportagens da época que contextualizavam o assunto”, salienta. Não irá pedir sequer uma retratação por parte do filho de Bolsonaro: “Não, jamais”.

Na entrevista ele relembra que foi vitima do mesmo tweet com a mesma fake news por parte do então deputado federal Jair Bolsonaro em 2017. “Eu já fui alvo um tweet do próprio presidente da República antes da campanha do ano passado e isso depois foi esclarecido para ele próprio, então, diante disso ele até recuou no seu tuíte. Não houve retratação mas houve recuo. E agora acontece a mesma coisa”. Araújo disse que até acha bom ficar nos holofotes como está acontecendo e que a política do ‘falem mal mas falem de mim’ aplicável neste momento. “Eu encaro com naturalidade, infelizmente, eu acho até que isso não é uma coisa ruim não porque político vive de popularidade. Acho que todo mundo já ouviu aquele ditado: “falem mal mas falem de mim”, encaixa bem na política. Então não me preocupo com esse tipo, desse jeito ai não, se fosse uma coisa grave. Que colocasse em cheque minha honra o meu caráter eu adotaria talvez até as providências judiciais, mas nesse caso não”, reforçando que não irá pedir nenhuma retratação.

Se não ofende ser chamado de petista? Para o Major é como ser comparado a pertencer a uma organização criminosa. Ele vai além, colocando outros partidos como o PSDB e o MDB no mesmo balaio que o PT. “É claro que ofende. Eu não posso dizer que não me ofende que eu jamais seria um petista. Eu não sou esquerdista, eu não concordo com a maioria das ideias petistas, enfim… da ideologia, enfim. Jamais. Não é so o PT não… O PT, PSDB o próprio MDB, esses partidos ai são organização criminosa. Então é o mesmo que dizer que eu faço parte de uma organização criminosa”, explica.

Desde 2016, Major Araújo que deveria ser vice-prefeito de Goiânia junto com Iris Rezende, mas renunciou ao cargo vésperas antes do fim do período eleitoral, tem feito comentários positivos à Jair Bolsonaro e está de malas prontas ao PSL, partido do presidente da República. “Eu vou pro PSL isso é certeza, isso é fato, já tá decidido. O pedido já tá no TRE e tem o parecer favorável”, explica. Questionado se vai concorrer a prefeitura de Goiânia em 2020, o Major conclui: “Se Deus quiser eu terei a presença do Bolsonaro em meu palanque”.


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