22 de dezembro de 2024
Investigação • atualizado em 04/08/2023 às 14:39

Carla Zambelli teria pago hacker da “Vaza Jato” com dinheiro público, deputada nega

A CPMI que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro já até aprovou a convocação de Walter Delgatti para depor
Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). (Foto Lula Marques/EBC)
Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). (Foto Lula Marques/EBC)

Parte dos pagamentos a Walter Delgatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”, feitos pela deputada federal Carla Zambelli (PL), podem ter sido feitos com dinheiro público. Transações estão sob a mira da Polícia Federal (PF), que teve acesso aos dados que comprovaram que ele recebeu R$ 13,5 mil, via Pix, de pessoas próximas à deputada federal.

Apesar da parlamentar negar, um contrato obtido pela PF pode revelar que o dinheiro público pode ter sido utilizado nesse pagamento. Situação ocorre após a Operação 3FA, que ocorreu na última quarta-feira (2), e fez com que Carla Zambelli viesse a público afirmar que os pagamentos feitos ao hacker foram para manter o próprio site.

Leia também: Advogada de Bolsonaro, Karina Kufa abandona defesa de Carla Zambelli

“Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para fazer melhorias no site. Não foi da minha cota. Todo dinheiro foi de empresa que eu subcontratei, e essa empresa pagou, mas do meu bolso, não da cota”, disse a deputada.

Apesar das afirmações, segundo o portal Metrópoles, os dados de transparência da Câmara dos Deputados revelam que, de outubro de 2022 a abril deste ano, um total de R$ 94 mil foram pagos por Zambelli a um serviço de divulgação parlamentar, cuja dona é a esposa de Jean Hernani Guimarães Vilela, assessor da deputada e responsável por parte do pagamento ao hacker, Monica Romina Santos de Sousa. Ao todo, foram cerca de sete pagamentos no valor de R$ 9 mil em cada mês.

Vale lembrar que o tal hacker é suspeito de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Walter teria recebido R$ 13,5 mil de Jean Hernani e Renan Goulart, o primeiro tendo pago R$ 10,5 mil e o outro os R$ 3 mil restantes).

Por isso, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro já até aprovou a convocação de Walter Delgatti para depor.


Leia mais sobre: Política