07 de agosto de 2024
Investigação • atualizado em 04/08/2023 às 14:39

Carla Zambelli teria pago hacker da “Vaza Jato” com dinheiro público, deputada nega

A CPMI que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro já até aprovou a convocação de Walter Delgatti para depor
Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). (Foto Lula Marques/EBC)
Deputada Carla Zambelli durante coletiva no salão verde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). (Foto Lula Marques/EBC)

Parte dos pagamentos a Walter Delgatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”, feitos pela deputada federal Carla Zambelli (PL), podem ter sido feitos com dinheiro público. Transações estão sob a mira da Polícia Federal (PF), que teve acesso aos dados que comprovaram que ele recebeu R$ 13,5 mil, via Pix, de pessoas próximas à deputada federal.

Apesar da parlamentar negar, um contrato obtido pela PF pode revelar que o dinheiro público pode ter sido utilizado nesse pagamento. Situação ocorre após a Operação 3FA, que ocorreu na última quarta-feira (2), e fez com que Carla Zambelli viesse a público afirmar que os pagamentos feitos ao hacker foram para manter o próprio site.

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“Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para fazer melhorias no site. Não foi da minha cota. Todo dinheiro foi de empresa que eu subcontratei, e essa empresa pagou, mas do meu bolso, não da cota”, disse a deputada.

Apesar das afirmações, segundo o portal Metrópoles, os dados de transparência da Câmara dos Deputados revelam que, de outubro de 2022 a abril deste ano, um total de R$ 94 mil foram pagos por Zambelli a um serviço de divulgação parlamentar, cuja dona é a esposa de Jean Hernani Guimarães Vilela, assessor da deputada e responsável por parte do pagamento ao hacker, Monica Romina Santos de Sousa. Ao todo, foram cerca de sete pagamentos no valor de R$ 9 mil em cada mês.

Vale lembrar que o tal hacker é suspeito de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Walter teria recebido R$ 13,5 mil de Jean Hernani e Renan Goulart, o primeiro tendo pago R$ 10,5 mil e o outro os R$ 3 mil restantes).

Por isso, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro já até aprovou a convocação de Walter Delgatti para depor.


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