Quase 1,6 mil instrutores e diretores de Centros de Formação de Condutores (CFCs) participaram hoje (23) de aulas de capacitação e atualização para operarem simuladores de direção. Desde a mudança no currículo de formação dos novos motoristas, que entrou em vigor este ano, as chamadas autoescolas têm que oferecer cinco horas de aula nos simuladores de direção.
Para ministrarem essas aulas, instrutores e diretores das autoescolas precisam obter um certificado de capacitação. Presidente da empresa ProSimulador, que fabrica os equipamentos e ofereceu a capacitação de hoje, Wagner Lima disse que a demanda dos alunos também pressionou as autoescolas a se inscreverem no curso.
“Aqui eles aprendem os conceitos básicos e tudo o que eles têm que transmitir para o aluno. Com a experiência que eles já têm, aliada ao que viram aqui, eles conseguem adaptar o conteúdo tecnológico da máquina à realidade de cada lugar”.
Cerca de 600 simuladores devem chegar às autoescolas do estado do Rio de Janeiro até o fim de fevereiro. Com custo de cerca de R$ 60 mil, os equipamentos serão cedidos sem gasto inicial para os CFCs, que pagarão ao fabricante por aula com uso do simulador. “Se não fosse assim, muitos que são pequenos empresários não teriam condições de fazer um investimento desse tamanho”, disse Lima.
Outra medida que pode facilitar o acesso das autoescolas ao simulador é a formação de consórcios para compartilhar o equipamento com outros estabelecimentos da mesma cidade ou de cidades vizinhas. A alternativa está prevista na Portaria 4.728/2015 do Departamento de Trânsito do estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ).
Cursos em polos regionais e pela internet também devem ser realizados para instrutores nos próximos dias. Em nota divulgada no início deste ano, o Detran-RJ alertou que as autoescolas sem simulador poderão ser descredenciadas.
“As punições para os estabelecimentos que desrespeitarem a norma federal são: suspensão para abertura de novas matrículas por até 30 dias, advertência, fechamento temporário do estabelecimento por dez dias e descredenciamento”.
Regra nacional
A obrigatoriedade do simulador, que entrou em vigor em janeiro, foi determinada pelo Conselho Nacional de Trânsito, por meio da Resolução 543, de 15 de Julho de 2015. A partir dela, cinco das 25 horas de aula prática para se tornar motorista passaram a ser obrigatoriamente no simulador. Entre as cinco horas, uma deve simular a condução de um veículo durante a noite.
Diretor de uma autoescola em Guapimirim, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Jonathan Pinto, 35 anos, teve seu primeiro contato com o simulador hoje e achou o equipamento fácil de operar. A autoescola em que trabalha deve alugar um equipamento.
“Achei bem proveitoso. Achei simples a operação, agora vamos colocar isso em prática”. Ele acredita que o simulador será desafiador para os alunos que não têm experiência: “Para quem não tem noção de direção e não conhece o trânsito, vai ser o primeiro contato”.
Com informações da Agência Brasil
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