Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), uma candidatura do apresentador Luciano Huck ao Planalto “seria boa para o Brasil”, para “arejar” e “botar em perigo a política tradicional”.
“Gosto dele [Huck], sou amigo dele e da família dele. Acho que para o Brasil seria bom, mas não sei o que ele vai fazer”, disse FHC em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Segundo o ex-presidente, seria bom ter mais opções e Huck “tem boas intenções”. “É bom ter gente como o Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido. É preciso que ela seja desafiada por pessoas portadoras de ideias e processos políticos novos para que o próprio partido possa avançar. Está havendo sinal nessa direção”, disse.
Ele lembrou que no PSDB já houve um movimento “onda azul”, de renovação, que não pegou. “A onda deu na praia”, disse.
FHC, contudo, afirmou que as declarações não significam que ele esteja apoiando Huck. “Acho que os partidos são importantes e quem não tem partido depois para governar é difícil. Dito isso, acho que Luciano, se ele se dispuser a ser candidato, é um candidato, vamos ver o que ele vai dizer.”
Segundo o Painel, FHC recebeu em mãos uma pesquisa qualitativa exclusivamente sobre a viabilidade eleitoral de Huck na corrida ao Planalto. O resultado, segundo aliados de FHC, mostra que Huck tem potencialmente muita chance se entrar na disputa.
DORIA
Questionado sobre o futuro político do prefeito João Doria, o ex-presidente sugeriu que a tendência do tucano é a candidatura ao governo de São Paulo.
“Ele sempre que pode quer alçar voos mais altos, mas vamos ver quais condições vão ser. A tendência dele será de voos mais altos. Me parece”, disse FHC, esclarecendo depois que se referia ao governo do Estado.
Ele falou ainda sobre a situação do também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado, em janeiro, em segunda instância a 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo FHC, é ruim que Lula não concorra, mas é preciso seguir a lei. “Para o Brasil, teria sido melhor que ele pudesse concorrer, mas tem a lei. Ele foi condenado em segunda instância. Pela Lei da Ficha Limpa não pode. Ou você obedece a lei ou você quebra a Constituição”, afirmou.
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