O presidente Michel Temer admitiu publicamente nesta terça-feira (20) que cogita se lançar à reeleição este ano. Ele afirmou que ainda não tomou uma decisão sobre o assunto e disse que sua candidatura “não é improvável”.
Embora tímido, este é o comentário mais enfático feito pelo presidente até agora sobre o assunto. Com baixíssima popularidade, ele vinha se esquivando de perguntas sobre o tema.
“Ainda não decidi. Não é improvável. Mas não decidi ainda”, disse Temer, ao fim de um almoço em homenagem ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O presidente brasileiro afirmou que “o tempo dirá” o momento em que essa definição será feita. Acrescentou que o limite para a decisão é o prazo estabelecido por lei para o registro de candidaturas, em 15 de agosto.
A colocação pública de Temer no jogo eleitoral, ainda que sob indefinição, restringe o espaço do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que pretendia concorrer ao Palácio do Planalto pelo MDB, partido do presidente. Para disputar, Meirelles precisa deixar o governo e se filiar à sigla até 7 de abril.
Temer disse que vai conversar com Meirelles sobre o tema nos próximos dias. “Vou verificar ainda. Tudo isso ainda vai ser objeto de conversações, conversas com o Meirelles, inclusive, que é uma grande figura”, afirmou.
Nas últimas semanas, o presidente fez movimentos mais concretos para avaliar a possibilidade de disputar um novo mandato. Fez gestos que desencorajaram Meirelles, admitiu a aliados que cogita essa candidatura e pediu que fossem analisados os custos de uma possível campanha.
Temer hesitava em enfrentar uma eleição por considerar que sua impopularidade inviabilizaria seu nome na disputa, mas mudou de ideia. Ele acredita que poderá usar a campanha para se defender de acusações de corrupção e dar publicidade a realizações de seu governo.
Partidos da base governista ainda tratam a hipótese com ceticismo. Acreditam que Temer se coloca em jogo para ampliar seu poder de influência na eleição, mas desistirá da empreitada para apoiar outro candidato.
Segurança
Temer afirmou que o governo ainda não definiu o volume de recursos que será destinado ao novo Ministério da Segurança Pública. Ele reforçou o plano de financiar as ações da pasta com o dinheiro arrecadado após a reoneração da folha de pagamento, em discussão no Congresso.
“[Vamos destinar] o que for possível, mas vamos garantir recursos para a intervenção no Rio de Janeiro e para a segurança. Isso já esta definido e assegurado”, declarou.
Segundo Temer, o montante alocado para as ações das forças de intervenção no Rio será de R$ 1 bilhão. (Folhapress)
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