A campanha eleitoral britânica foi retomada nesta segunda-feira (5) após a interrupção temporária causada pelo atentado a Londres.
Três militantes, ainda não identificados, mataram sete pessoas e deixaram 48 outras feridas no sábado à noite na ponte de Londres e no mercado de Borough. A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a ação.
Apesar de não ser a principal preocupação dos eleitores, em um pleito marcado pelo “brexit” e pelo sistema de saúde, a segurança deve dominar o debate dos próximos dias. As eleições serão realizadas na quinta-feira (8).
O enfoque beneficia, de alguma maneira, a primeira-ministra conservadora, Theresa May. Ela é vista como mais dura no combate ao terrorismo do que seu rival, o trabalhista Jeremy Corbyn.
Em um discurso no domingo (4), por exemplo, May sugeriu o endurecimento da legislação vigente, com maior regulação da internet para evitar a disseminação de mensagens radicais.
Mas a primeira-ministra também precisará enfrentar as acusações de que a insegurança é, em parte, resultado de políticas conservadoras dos últimos anos, com cortes no orçamento da polícia. O número de policiais armados, por exemplo, foi reduzido nesse período.
May defendeu seus antecedentes na área da segurança na segunda (5), em uma mensagem televisiva divulgada pela Sky e pela BBC.
Ela disse que os serviços de segurança -que responderam ao atentado em apenas oito minutos- foram “extraordinários” e afirmou que a polícia tem os recursos necessários, acusando o Partido Trabalhista de se opor aos gastos com segurança.
Mas o número de policiais foi reduzido durante o período em que May foi ministra do Interior. Havia 144 mil policiais na Inglaterra e no País de Gales em março de 2010. O valor foi a 124 mil em março de 2016, segundo a agência de notícias Reuters.
DETENÇÕES
As investigações prosseguiam durante a segunda-feira (5), com novas buscas e apreensões na região de Londres. Ao menos 12 pessoas haviam sido detidas no domingo em Barking, no leste da capital. Uma delas foi em seguida liberada.
A polícia ainda não identificou os três agressores, que morreram durante o atentado. Os jornais também não têm publicado informações sobre eles, apesar de já se saber, por exemplo, que um dos suspeitos seguia o pregador radical Ahmad Musa Jibril e já tinha sido denunciado às autoridades por extremismo há alguns anos.
Uma pesquisa da empresa Ipsos divulgada na sexta-feira (5) sugere que os conservadores vão vencer as eleições com 45% dos votos, contra os 40% dos trabalhistas.
A sondagem foi feita de 30 de maio a 1º de junho com 1.046 adultos. A margem de erro é de 4 pontos percentuais em ambas as direções.
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