13 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 00:21

“Candidatos não estão debatendo os problemas sérios de Goiânia”, diz presidente da Comurg

Estamos na reta final das eleições municipais, no próximo domingo saberemos quem administrará Goiânia pelos próximos quatro anos. O atual presidente da Comurg, Edilberto Dias, avalia que os dois candidatos que estão na disputa estão mais preocupados em fazer ataques do que discutir os problemas da cidade. Ele cita algumas demandas da companhia que administra e que no entender dele, deveriam ser observadas pelos prefeitáveis.

“Os dois candidatos não estão debatendo os problemas sérios de Goiânia. Só ficam brigando, falando um da vida do outro. Como vai ser a situação do aterro? Não vi ninguém falando”, argumentou.

A declaração foi dada durante entrevista a Vinha Fm e ao Diário de Goiás. Ao trazer como exemplo o aterro sanitário, Edilberto Dias, disse que a vida útil do aterro sanitário está próxima do fim, apesar de estar bem estruturado. Ele ressaltou a necessidade de se investir R$ 5 milhões para retirar uma rede elétrica de alta tensão que atrapalha a expansão do espaço e ainda o aproveitamento do gás que é produzido a partir do lixo.

“O aterro está bem, mas tem uma vida útil e está acabando. Precisa retirar torres de alta tensão elétrica. O custo é de R$ 5 milhões. Não vi nenhum dos dois se comprometendo a melhorar o aterro. Tirando estas torres, aumenta em 30 anos a vida útil do aterro. O aterro tem quase 80 metros de altura. Produz gás que daria para abastecer uma cidade do tamanho de Trindade, poderia ser aproveitado. É um projeto que deveria ser do próximo prefeito, mas não vejo ninguém fazendo isso. Nós começamos a fazer isso, mas o Ministério Público nos impediu porque não conseguimos tirar as torres”, explicou.

Constantemente ao longo deste processo eleitoral, o candidato a prefeito de Goiânia pelo PMDB. Iris Rezende, faz críticas à atual administração municipal de destacou por diversos momentos que a cidade está “suja e emporcalhada”.

O presidente da Comurg rebateu a crítica fazendo questionamentos. “Ele diz que a cidade está suja, mas que solução ele dá? A cidade não está suja, está limpa, dentro das condições oferecidas, está mais limpa do que no tempo do PMDB. Houve uma queda de arrecadação e com isso houve redução de investimento”, relatou.

Concurso

Outra demanda colocada por Edilberto Dias é que o próximo prefeito de Goiânia precisa fazer novo concurso para a Companhia de Urbanização. Ele destaca que hoje há um déficit de 3 mil trabalhadores em diferentes áreas. O presidente ressalta que muitos trabalhadores da Comurg são idosos e vão se aposentar. Segundo ele, o último concurso realizado para a área foi no ano de 1998.

“Próximo prefeito precisa fazer concurso na Comurg, nossos servidores estão velhos. Vai precisar de mais gente. A cidade cresceu demais, precisa de mais gente para varrer para arrumar, precisa investir em novos equipamentos, precisa de investimentos, mas ninguém está debatendo isso. É um debate sério que precisa acontecer”, afirmou.

Hoje o custo mensal da Comurg é de aproximadamente R$ 35 milhões. Edilberto Dias disse que ao se realizar um concurso para preencher três mil vagas, o custo da companhia aumentaria R$ 6 milhões, ou seja passaria para R$ 43 milhões por mês.

De acordo com Edilberto Dias, cerca de 20% dos funcionários da Comurg estão cedidos a outras áreas da administração municipal. Ele afirmou que são comuns pedidos de órgãos federais e estaduais para que a Comurg execute trabalhos.

“Cerca de 2 mil funcionários não estão na Comurg, estão na administração direta, na AMMA, na Seinfra. Então a força operacional de Goiânia está centrada na Comurg e a ajudamos além do governo municipal, o governo estadual, federal. Vivemos recebendo pedidos para limpar os quartéis do exército, Corpo de Bombeiros, roçagem de escola estadual, tudo favor”, destacou.

Edilberto Dias destacou ainda que há a dificuldade de fazer a contratação de comissionados. “Nós contratamos comissionados, mas não podem fazer este tipo de serviço. Tivermos que mandar embora funcionários que estavam no Mutirama e no Zoológico, porque o promotor entendeu que o Mutirama e o Zoológico teriam que fazer concurso. Nós emprestamos para socorrer a limpeza nestes lugares”, afirmou.

Transição

Edilberto Dias disse que o próximo prefeito de Goiânia vai receber a cidade com recursos. Uma das fontes é a cobrança junto aos maiores geradores de lixo da cidade, incluindo supermercados, restaurantes e hospitais.

“Próximo prefeito vai receber uma Comurg com renda, porque estou cobrando dos 600 grandes geradores de lixo, nós não estamos perdoando ninguém, eles vão pagar e cumprir a lei federal. Alguns já estão contratando empresas para fazer coleta do lixo. Gastávamos R$ 650 mil com a coleta e tratamento de lixo hospitalar. Fazíamos a coleta de todo lixo hospitalar das unidades de Goiânia. Hoje só coletamos dos hospitais municipais. Diminuiu em 90% este tipo de gasto”, ressaltou.


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