22 de novembro de 2024
Política

Candidato ao Senado pelo PSDC prega retorno dos “valores da família”

Candidato a senador Aldo Muro (PSDC) diz que uma das bandeiras a ser levantada pelo partido será o retorno dos “valores da família”. Aldo, filiado a um partido cristão, ainda promete que não irá misturar religião e política. “Política e religião são como água e óleo. A democracia cristã é um ideal, é a filosofia do partido e não uma religiosidade. Nunca vou trabalhar agregando religiões”, explica.

Ao ser questionado, em entrevista à Rádio 730, sobre as propostas de governo, o candidato disse que o PSDC possui projetos efetivos na área da educação, saúde e segurança pública. Uma das formas dessa efetivação seria a gestão privada. “Defendemos a gestão privada, com otimização de custos. Se analisarmos o gasto para a construção do Hugo 2, o valor do metro quadrado foi três vezes mais alto do que o indicado pelo Sindicato da Construção em Goiás. Isso é uma má gestão”, fala Aldo.

 

ENTREVISTA – ALDO MURO (PSDC)

Rubens Salomão: O PSDC formou a base aliada ao governador Marconi Perillo (PSDB), mas agora tem candidatura própria. Porque não ficar na base?

Aldo Muro: Por um dia eu e o Alexandre, candidato a governador, desistimos da nossa candidatura para tentar prevalecer a candidatura dos proporcionais. Posteriormente retornamos a esse ideal que sempre foi a ideia do PSDC. De maneira a consolidar essa decisão, o nacional baixou uma resolução para fortalecer a nossa de chapa própria que, aliás, é um marco histórico para o partido.

Cleber Ferreira: Você está na política goiana há quanto tempo?

Aldo Muro: Estou há 23 anos em Goiás. Inicialmente eu vim a Goiânia para tirar férias. Apaixonei pelo estado, fiz um concurso e fiquei. Na política, estou na presidência do partido desde 20 de maio deste ano. Sou completamente “barriga verde”.

Eduardo Sartorato: Quais serão as propostas do PSDC?

Aldo Muro: O objetivo primordial é o retorno dos valores da família. Estamos propondo uma alternância do poder. Todos nós vemos uma polarização da política, tanto para majoritário quanto para proporcional. Temos propostas efetivas no campo da educação, saúde e segurança pública, sempre tendo como gênesis o retorno dos valores da família. Por exemplo: propomos educação em tempo integral, inclusive com alterações legislativas nesse sentido.

Eduardo Sartorato: Em relação a essa proximidade do PSDC com a base aliada, o eleitor pode esperar uma candidatura mais próxima ao do governador Marconi e candidato Vilmar Rocha?

Aldo Muro: Não. Temos uma candidatura própria. Não há proximidade. Eu tenho grande simpatia pelo candidato Vilmar Rocha, mas não há possibilidade de proximidade.

Cleber Ferreira: O discurso será de oposição ou semelhante?

Aldo Muro: Completamente de oposição a tudo que vem sendo feito em Goiás. Por exemplo: o problema sério da segurança pública. Em 2011 tivemos um incremento de 25% de estupros, 363% de roubo. Só a carros, 125,6%. Essa oposição não é oposição apenas ao governo atual, mas a toda política de falta de investimento que foi feito em todos esses anos. O investimento per capita nos últimos cinco anos em segurança pública foi de aproximadamente R$ 220. A oposição quer aumentar de fato um investimento naqueles serviços que são necessários para manutenção e garantia da população.

Rubens Salomão: Então o problema da segurança pública é falta de dinheiro?

Aldo Muro: Primordialmente investimento. Falta de aparelhamento, manutenção do próprio sistema policial e treinamento. Temos uma proposta para que haja uma academia de polícia, onde o policial fique de dois a três anos, já contando o tempo de serviço, e posteriormente saia para o serviço.

Eduardo Horácio: A previsão de gastos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é de R$ 5 milhões. De onde virá esse dinheiro?

Aldo Muro: Por enquanto não veio de lugar nenhum. Faz-se uma previsão de valor muito alto para que não termos problemas depois com a prestação de contas eleitoral. Se você analisar o meu patrimônio declarado, não tem nem condições de eu mesmo bancar esse valor de gastos.

Rubens Salomão: Como você avalia os candidatos a senadores de outros partidos e como você se coloca nessa disputa?

Aldo Muro: Decidi disputar o Senado até pelo alto nível dos candidatos. Tenho muito respeito pelo Ronaldo Caiado, Vilmar Rocha e Marina. Eu não defendo o fim do Senado. Acredito que fortalecimento do Congresso Nacional com pessoas preparadas, como nós temos hoje, é fundamental.

Rubens Salomão: O PSDC tem um tempo de propaganda em rádio e televisão reduzido. Em que medida isso prejudica a campanha?

Aldo Muro: O lançamento de chapa majoritária é objetivando um crescimento. Temos 50 segundos. Será muito difícil apresentar nossos rostos. Então vamos apresentar as bases onde temos alguma liderança. Esse incremento de 1% que eu tive sem fazer campanha já é significativo. Se eu chegar a 5% já me considero vitorioso.

Cleber Ferreira: Como vocês vão se apresentar em termos de propostas políticas?

Aldo Muro: Apresentaremos uma gestão com ideal mais privado. A gestão pública realmente é tratada pelos políticos que vi até hoje como coisa de ninguém.

Rubens Salomão: Sobre participação privada no governo, o que o PSDC defende?

Aldo Muro: A gestão privada, com otimização de custos. Se analisarmos o gasto para a construção do Hugo 2, o metro quadrado sobrepujou em três vezes o valor de construção mais alto indicado pelo Sindicato da Construção em Goiás. Isso é uma má gestão. Observa-se constantemente que as licitações têm aditivos para prorrogar prazos e incrementar custos.

Rubens Salomão: Qual é o seu posicionamento sobre Organizações Sociais?

Aldo Muro: Sou favorável. Principalmente porque na licitação tem engendrado a compra de medicamentos, que é uma coisa básica para o tratamento.

Eduardo Sartorato: Explique a parte religiosa do PSDC em relação a sua atuação no Senado.

Aldo Muro: Política e religião são como água e óleo. O termo cristão vem pela denominação antiga, da época da Segunda Guerra Mundial, da fundação do partido. Eu sou espírita. Dentro do partido existem espíritas, católicos, evangélicos, de diversas seitas. A democracia cristã é um ideal, é a filosofia do partido e não uma religiosidade. Nunca vou trabalhar agregando religiões.

Cleber Ferreira: Qual será o seu perfil de homem público a ser apresentado para o eleitor?

Aldo Muro: Ainda não tenho um ideal de homem público porque estou começando agora. Mas vou me apresentar como advogado, professor e engenheiro. Assim vou buscar as necessidades desses três seguimentos para que possa representá-los. Principalmente os professores.

Vassil Oliveira: Com que cenário e possibilidade de vitória o partido trabalha nestas eleições?

Aldo Muro: Aprendi, nas eleições para reitoria, que só temos resultado quando abrimos as urnas. Foi uma surpresa ter crescido 1% no Senado sem campanha. Seria leviano da minha parte dizer que temos expectativas concretas para esta eleição, mas vamos trabalhar para isso. O cenário é: mostrar a Goiás o que é o PSDC, as propostas, quem somos. Se não conseguirmos agora, estaremos estruturando o partido e a democracia cristã em Goiás.

Vassil Oliveira: Em 1998 uma aliança foi construída para vencer Iris Rezende e nela estava o PSDC. O que mudou para que as pessoas acreditem que o partido não estará indiretamente alinhado ao governo estadual?

Aldo Muro: Não vamos nos alinhar à base governista ou a qualquer outro. Temos chapa pura. Existe, obviamente, uma desconfiança porque o irmão do Alexandre é assessor especial do Marconi. Isso gera desconforto até na família. Mas laços familiares e cargos andam separados de política. As pessoas podem confiar de que não vamos confiar porque temos chapa pura. Não é fácil “dar a cara”, ser sabatinado em troco de não consolidar o partido. O PSDC precisa alçar voos de um partido grande e respeitado. Repudiamos qualquer pratica de transações para valorizar o partido e depois coligarmos com alguém.

Eduardo Sartorato: Nem no segundo turno?

Aldo Muro: Não pensamos ainda em segundo turno.

Rubens Salomão: Qual é a estruturação?

Aldo Muro: Temos praticamente 30 candidatos remanescentes a estadual e federal. Temos uma necessidade de trocar o segundo suplente, Fernando Magalhães, porque houve um problema de filiação ao PSDB. Ou seja, não houve a troca de partido efetiva.

 


Leia mais sobre: Política