O primeiro clássico paulista do ano, aguardado pelo confronto tático entre dois treinadores com escolas europeias, ficou marcado, principalmente, pela efetividade. O São Paulo venceu por 3 a 1 o Santos, na Vila Belmiro, pela terceira rodada do Campeonato Paulista, com um herói improvável aos olhos até dos são-paulinos, mas não para o novo chefe.
O agora técnico Rogério Ceni bancou a permanência do jovem Luiz Araújo diante de uma investida do futebol francês em janeiro e colheu os primeiros benefícios com a escolha.
Entrando somente no intervalo, Araújo precisou de duas jogadas individuais, aos 10 e aos 27 minutos do segundo tempo, para definir o clássico e elevar o moral do novo comandante.
A derrota ainda põe fim aos 100% de aproveitamento do Santos na temporada -único entre os grandes que ainda desfrutava dessa condição. A equipe do técnico Dorival Júnior é a segunda colocada no Grupo D, atrás do Mirassol (9 contra 6 pontos). O São Paulo, por sua vez, alcança os mesmos seis pontos do rival na competição, liderando o Grupo B.
O JOGOA vitória são-paulina, no entanto, custou muito suor. Para surpreender o Santos em plena Vila Belmiro, a equipe precisou superar uma pressão e um amplo domínio nos 15 primeiros minutos de partida.
Logo aos 4min, os santistas desperdiçaram uma sequência de boas oportunidades com uma jogada criada pelo lateral esquerdo Zeca pelo meio de campo. O lance resultou na finalização de Victor Ferraz. No rebote, Lucas Lima ainda chutou para fora.
O Santos dificultava até mesmo a saída de bola do São Paulo, jogando com Lucas Lima adiantado. Aos 10min, em grande jogada individual de Vitor Bueno sobre Buffarini, a equipe abriu o placar com o colombiano Copete.
O gol foi fruto da superioridade santista: 63% da posse de bola e quase o dobro do número de passes trocados. A equipe desperdiçou uma série de oportunidades, principalmente pelo lado do lateral argentino, até sofrer com a letalidade do novo time de Ceni.
Um pênalti inesperado, cometido por Zeca em Gilberto, convertido por Cueva aos 36 da primeira etapa mudou o cenário da partida.
O segundo tempo reservou a apresentação de gala de Luiz Araújo e dos comandados do treinador. A aposta do treinador substituiu Neilton, apagado, e pelo lado esquerdo ofensivo do São Paulo abriu caminho para a construção da vitória.
Com o placar favorável, o São Paulo fechou-se e apostou em contra-ataques para definir a partida, sem sofrer maiores sustos. O Santos, perdido, tentou recorrer com Kayke e Bruno Henrique, reforços contratados para este ano, mas não se encontrou mais taticamente.
Araújo poderia ter aumentado a noite de herói caso Gilberto tivesse marcado o quarto, já no fim. O camisa 31 deixou o centroavante frente à frente com Vladimir e viu a bola ser tirada em cima da linha pela defesa santista.
A derrota enervou os torcedores santistas, que não pouparam sequer o treinador Dorival Júnior, muito hostilizado. Rogério, com o seu novo pupilo, sai com uma vitória importante para a sequência do Estadual e até histórica em seu início à beira do gramado.
SANTOS
Vladimir; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Yuri e Zeca; Leandro Donizete (Bruno Henrique), Thiago Maia e Lucas Lima (Thiago Ribeiro); Vitor Bueno, Copete e Rodrigão (Kayke). T.: Dorival Júnior
SÃO PAULO
Sidão; Buffarini, Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; João Schmidt, Thiago Mendes (Araruna), Cícero; Neilton (Luiz Araújo), Gilberto e Cueva (Bruno). T.: Rogério Ceni
Gols: Copete, aos 10min, e Cueva, aos 36min do 1º tempo; Luiz Araújo, aos 10min e aos 27min do 2º tempo
Cartões amarelos: Thiago Mendes, Cueva, Cícero e Neílton (SP); Zeca e Rodrigão (SAN)
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Vinicius Gonçalvez Dias Araújo (SP)
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