FÁBIO ALEIXO
MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) – Campeão mundial com a seleção brasileira em 2002, Roberto Carlos tenta em Moscou uma nova vitória. Desta vez fora dos gramados.
O ex-lateral esquerdo é embaixador da candidatura de Marrocos para a Copa de 2026 e está acompanhando a delegação na Rússia para o congresso da Fifa que acontece nesta quarta-feira (13) e decidirá a sede do Mundial. A outra candidatura chamada de United 2026 é composta por Canadá, Estados Unidos e México.
Nesta terça-feira (12), por exemplo, o ex-jogador falou a membros da Uefa, a associação europeia, durante reunião do Conselho da entidade. A candidatura quis aproveitar seu prestígio no continente.
Roberto Carlos assinou um contrato de dois meses com os marroquinos, que terá fim nesta quarta (13) após a eleição.
Segundo a reportagem apurou, o valor recebido foi cerca de R$ 1 milhão para participação em compromissos pontuais.
Roberto Carlos faz parte de um time de ex-atletas da candidatura marroquina que tem ainda o senegalês El Hadji Diouf, o alemão Lotar Matthäus, o nigeriano Daniel Amokachi, entre outros africanos.
“Você pode pensar que é loucura de competir contra os Estados Unidos, mas não vejo como uma loucura. O Marrocos tem um projeto que não envolve apenas construir estádios, mas também melhorar a educação, a condição de vida da população. Quando vi este projeto, resolvi me juntar a eles. Sempre trabalhei com fundações e gosto de pensar neste lado de crescimento social”, afirmou o lateral.
Na eleição desta quarta-feira, o Brasil, em conjunto com os outros nove membros da Conmebol, fechou apoio total a candidatura United 2026.
“Não tenho nada a ver com a CBF. Fizeram o convite pela história que tenho futebol e resolvi aceitar. É por isso que estou aqui com eles”, disse.
“E o Marrocos está aqui para ganhar, se não a Fifa nem aceitara a candidatura”, completou.
A disputa nos bastidores será fundamental. Em que pese a Fifa ter feito uma avaliação bem melhor da candidatura norte-americana, com uma média de 4 pontos de 5 possíveis e dado apenas 2,7 para os marroquinos, o que decidirá serão os votos dos 207 associados à Fifa aptos a votar.
Os países envolvidos na disputa não podem participar da escolha. A votação será aberta, com os votos sendo divulgados após o pleito.
“Não gosto de juntar futebol com política. Mas muitos votos ainda podem ser ganhos nesta reta final. Após verem a apresentação do Marrocos, acho que muita gente pode mudar de opinião”, disse.
Enquanto a Conmebol (10) está fechada com a United, assim como acontece com a Concacaf (32), a CAF (Confederação Africana de Futebol) deve votar em bloco com o Marrocos, que seriam 53 votos. A maior disputa por votos se dá na Europa (55) e na Ásia (46), enquanto na Oceania o cenário é dividido entre seus 11 membros.
“Foi uma apresentação fantástica. Acho que o Marrocos tem boas chances sim”, disse Roberto Carlos após deixar o encontro com a Uefa.
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