A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou em seu acordo de delação premiada que recebeu cerca de R$ 5 milhões em espécie em caixas de sapato e de roupas em uma loja de chá do Shopping Iguatemi, em São Paulo.
Os pagamentos, segundo ela, eram referentes aos serviços prestados por Santana à campanha de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e se estenderam pelo ano eleitoral e também por 2007. O teor da delação foi tornado público nesta quinta (11) pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).
As entregas, segundo a delatora, foram operacionalizadas pelo ex-ministro Antonio Palocci e feitas por Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do petista.
Mônica contou que os repasses ocorriam na casa de chá Tee Gschwendner, no Shopping Iguatemi e que viajava para São Paulo especialmente para pegar o montante.
“Dourado entregava sacolas com valores em dinheiro acondicionados em caixas de roupas, de sapatos, etc. Foram pagos desta maneira, de forma parcelada, cerca de R$ 5 milhões”, diz o anexo que contém o relato de Mônica.
O dinheiro fazia parte dos cerca de R$ 10 milhões pagos por fora a Santana. Os outros R$ 5 milhões repassados de maneira ilícita, segundo Mônica, foram pagos pela Odebrecht na conta da offshore Shellbill também entre 2006 e 2007.
A mulher de Santana contou que, ao todo, foram pagos aproximadamente R$ 24 milhões ao casal, incluindo a parte que foi declarada. (Folhapress)
Leia mais:
- Lula e Dilma sabiam de caixa dois da Odebrecht, diz João Santana
- Delação de marqueteiros do PT gera 22 pedidos ao Supremo
- Lula diz que encontrou empreiteiro para discutir cozinha em Atibaia
Leia mais sobre: Brasil