07 de agosto de 2024
Cidades

Campanha contra violência doméstica estimula mulheres a denunciarem agressores

Campanha contra violência doméstica conscientiza mulheres a denunciar agressores. (Foto: Divulgação)
Campanha contra violência doméstica conscientiza mulheres a denunciar agressores. (Foto: Divulgação)

Uma campanha publicitária lançada nesta segunda-feira (30) pelo governo de Goiás estimula as mulheres a denunciar casos de violência doméstica no estado. A peça indica a existência de uma rede de apoio às vítimas, que podem procurar ajuda pelo telefone 180 ou pelo aplicativo Goiás Seguro.

Com o isolamento social promovido neste ano para conter a expansão da epidemia de covid-19, os casos de violência contra a mulher aumentaram. A campanha divulgada pelo governo veicula a mensagem: “isolamento social para quem bate em mulher é na cadeia”.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) implementou ações como o Alerta Maria da Penha, que funciona no app Goiás Seguro. A pasta também afirmou que fortaleceu a Patrulha Maria da Penha, ampliou as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, e inaugurou a Sala Lilás, que atende, de forma humanizada, em exames de corpo de delito as mulheres vítimas de agressão.

Operações

Ainda foram realizadas, em 2019 e 2020, operações policiais para a prisão de agressores e suspeitos de abuso sexual de mulheres e crianças. São elas: Operação Violare, que prendeu 151 autores de violência sexual em agosto de 2019; Operação Marias, ocasião em que foram detidos mais de 80 homens suspeitos de agressão e homicídio contra mulheres, em novembro do ano passado; e Operação Mais Respeito, que também prendeu mais de 30 homens suspeitos de violência doméstica, em março de 2020.

Também foi realizada a Operação Ímpius, ação em que foi preso o maior estuprador em série da história de Goiás e um dos maiores do Brasil, deflagrada em setembro de 2019. Segundo o governo, com as ações espera-se que as mulheres se sintam ainda mais encorajadas a fazer a denúncia contra os agressores.

Para o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, o feminicídio é um crime “difícil de se prevenir pois, em regra, é feito dentro da inviolabilidade do lar, que não está acessível à visão da polícia, que só entra quando fica sabendo do fato”. Porém, o secretário garantiu que é preciso conscientizar a todos de que no século 21 não se pode mais aceitar isso. “Não vamos desanimar em tentar impedir os delitos ou reprimir os responsáveis pelos já cometidos.”

Atendimento

No âmbito da Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (Seds), que também integra as ações práticas desenvolvidas com foco no fim da violência contra mulher, está o atendimento psicológico e orientação jurídica às mulheres vítimas de violência. Implantado em março deste ano, já foram realizados 281 atendimentos on-line e 42 presenciais. Da mesma forma, foi prestado auxílio psicológico individual a autores de violência, sendo 24 entrevistas, cinco atendimentos on-line e cinco presenciais.

Outro ponto foi a criação de Grupos Reflexivos para Vítimas e para Supostos Autores, ambos on-line. Em abril de 2020, iniciou-se um voltado para vítimas de violência, composto por 16 mulheres. Este já foi finalizado e outro, com as mesmas diretrizes, começou em outubro. Já a conversa voltada para os agressores contou com a participação de 37 homens, em dois grupos já encerrados, e conta ainda com a presença de 24 supostos agressores em mais duas turmas que estão em fase de finalização.

Um relatório com dados levantados pelo Centro de Referência Estadual da Igualdade (Crei) mostra que, após seis meses de conclusão do curso dos Grupos Reflexivos sobre Gênero e Violência Doméstica, com 69 homens autores de violência doméstica, o índice de reincidência registrado foi de 8%. A média nacional, sem a participação em programas semelhantes, gira em torno de 20%, e, em alguns Estados, chega a 80%, segundo dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.


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