Os caminhoneiros de Goiás vão aderir à paralisação nacional marcada para a próxima segunda-feira (1). A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Estado de Goiás (Sinditac), Vantuir Rodrigues.
“Nós vamos aderir. É preciso. Nossa situação, em Goiás e no Brasil inteiro, é muito ruim. O trabalhador não aguenta mais, não tem dinheiro para pagar o óleo diesel. O país está ingovernável”, disse ao DG. O presidente ressalta que a situação é cada vez mais crítica e tem visto colegas de trabalho parando na estrada sem dinheiro para abastecer os caminhões.
Rodrigues diz que muitos caminhoneiros de Goiás já querem parar nesta sexta-feira (29), mas a categoria vai aguardar o dia 1º. Ainda não há previsão de quanto tempo a greve vai durar. “Pode-se resolver rápido ou não”, pontua. Há previsão, segundo ele, de que alguns hubs importantes pelo Brasil já tenham paralisação a partir desta noite.
O Sinditac ainda aguarda uma posição do sindicato de São Paulo para definir como se dará a paralisação. Essa definição deve sair até às 12h de sábado (30), segundo o presidente. Por ora, não há previsão de bloqueios em alguma rodovia específica do estado. Mesmo se existirem, o transporte de cargas hospitalares ou de medicamentos será garantido.
Caminhoneiros pedem mudança no frete
A principal reivindicação dos caminhoneiros é uma mudança na tabela do frete, defasada pela alta dos combustíveis. A categoria também reivindica que não haja anistia para as empresas que descumpriram o piso mínimo de frete após a greve de 2018.
Dados da Confederação Nacional dos Transportadores de Carga mostram que, no total do transporte rodoviário, mais de 76% são autônomos. A grande maioria tem apenas um veículo, ganha em média R$ 16 mil mensais e tem uma dívida média de R$ 35,4 mil. “O óleo aumento, o frete tem que subir”, diz Vantuir Rodrigues.
O Sinditac ainda pede apoio popular à paralisação, uma vez que toda a cadeia é impactada pela alta do diesel. “O preço do arroz, do feijão, da carne…Tudo sobe com o combustível mais caro. É importante ter a sociedade junto com o caminhoneiro nessa manifestação”, argumenta.
Rodrigues afirma ainda que o congelamento do ICMS que incide sobre os combustíveis não vai solucionar as demandas dos caminhoneiros. “Não mexeram na política de preços da Petrobras. Estamos ganhando em real e pagando combustível em dólar. Isso não resolve nosso problema.
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