Apesar da pressão dos governadores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, fracassou a tentativa de votação nesta quinta (15), na Câmara dos Deputados, de projeto que possibilitaria a suspensão por três anos do pagamento da dívida por esses Estados. Contrária às contrapartidas exigidas, entre elas a suspensão de aumento salarial ao funcionalismo e o endurecimento das regras previdenciárias estaduais, a oposição conseguiu barrar a votação.
No dia anterior, o projeto havia sido aprovado no Senado. Ele abria um Regime de Recuperação Fiscal de emergência facultativo aos Estados necessitados mediante contrapartidas como criação de programa de desestatização e elevação da contribuição previdenciária dos servidores para 14%, no mínimo.
A intenção do governo era socorrer Estados como o Rio de Janeiro, de Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o Rio Grande do Sul, de José Ivo Sartori (PMDB), governadores que foram ao Congresso pressionar pela aprovação da medida.
Ao final da sessão desta quinta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a oposição, afirmando que quando salário de policiais e bombeiros de mais Estados começar a atrasar talvez “será tarde demais para que a Câmara possa colaborar com a crise”.
Em linhas gerais, os opositores das medidas afirmaram que não é possível socorrer os Estados mediante o estrangulamento do funcionalismo estadual. O programa de recuperação dos Estados em calamidade poderia resultar num alívio de cerca de R$ 15 bilhões para Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul no ano que vem.
Apesar de o Congresso entrar em recesso oficialmente somente no próximo dia 23, deputados afirmaram após a sessão não acreditar que o projeto volte à pauta de votações neste ano.
(Folhapress)
Leia mais:
- Governo de Minas Gerais decreta calamidade financeira
- Governo do Rio Grande do Sul decreta estado de calamidade financeira
- Estado de calamidade pública decretado no Rio preocupa Anistia Internacional
- ‘Incontornável’, diz Pimentel sobre estado de calamidade em MG
- Sartori diz que não é possível resolver questões do RS sem ajuda federal
Leia mais sobre: Economia