05 de dezembro de 2025
RESPOSTA AO JUDICIÁRIO • atualizado em 03/09/2025 às 15:31

Câmara responde a juiz defendendo CEI da Limpa Gyn e citando provas de falhas no serviço

Resposta da Câmara aponta que CEI foi motivada por falhas no contrato de lixo, denúncias de uso irregular de máquinas e falta de transparência financeira
Presidência enviou resposta listando falhas que levaram à instalação da CEI e aspectos legais do processo - Foto: divulgação
Presidência enviou resposta listando falhas que levaram à instalação da CEI e aspectos legais do processo - Foto: divulgação

A Câmara Municipal de Goiânia enviou ao Judiciário detalhes da instauração da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn. Produzido pela Procuradoria-Geral da Casa, o documento é assinado pelo presidente, vereador Romário Policarpo (PRD), e rebate os argumentos do vereador Novandir Rodrigues (MDB), que questiona a legalidade da investigação sobre o contrato com o Consórcio Limpa Gyn.

Na quarta-feira (27) o juiz André Reis Lacerda, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, determinou que a Câmara enviasse explicações sobre os questionamentos feitos pelo emedebista.

A Procuradoria da Câmara sustentou que o requerimento que deu origem à CEI cumpre todos os requisitos constitucionais, regimentais e legais, ao contrário do que alega o parlamentar. A defesa afirma que a solicitação foi subscrita por mais de um terço dos vereadores, delimitou fatos determinados a serem apurados e estabeleceu prazo de funcionamento de 120 dias, prorrogáveis pelo mesmo período.

Fatos levantados para instalar CEI da Limpa Gyn pela Câmara

O pedido da CEI lista eventuais problemas ligados ao contrato do Consórcio Limpa Gyn com a prefeitura assinado ainda na gestão passada, para a coleta de lixo da capital.

Alguns exemplos indicados na resposta da Câmara:

  • Interrupções de rotas e acúmulo de resíduos em vias públicas;
  • Risco à saúde coletiva e ao meio ambiente, apontado por cooperativas de reciclagem;
  • Denúncias de uso indevido de maquinário público contratado junto ao consórcio para fins particulares;
  • Questionamentos sobre a legalidade dos aditivos contratuais, incluindo o 2º Termo Aditivo – este datado de maio, na atual gestão;
  • Ausência de transparência financeira, já que dados de pagamentos e notas fiscais não são enviados diretamente à Câmara, mas centralizados na Secretaria de Infraestrutura.

Posicionamento da Câmara

Para os procuradores da Casa, não se trata de uma justificativa genérica, mas de um conjunto de indícios “objetivamente vinculados a acontecimentos concretos, de relevante interesse público e delimitados no tempo”.

A defesa ainda ressalta que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece que, atendidos os requisitos formais, a criação de comissões investigativas é obrigatória e não pode ser barrada por maioria parlamentar ou ato do presidente da Casa.

A Câmara também destacou que a CEI ainda não foi formalmente instaurada, estando em fase inicial do trâmite previsto pelo Regimento Interno.

O que a Câmara pede à Justiça

No documento enviado ao juiz André Reis Lacerda, a Procuradoria solicita:

  • A manutenção da decisão que negou a liminar pedida por Novandir – isso porque ele pediu reconsideração e o juiz solicitou as informações;
  • O indeferimento definitivo da ação;
  • O reconhecimento da plena legalidade do requerimento que fundamentou a abertura da CEI.

Publicação no DOM

Enquanto a disputa sobre a CEI da Limpa Gyn segue no Judiciário, na Câmara, a expectativa nesta quarta-feira (3) é pela publicação no Diário Oficial do Município da composição da CEI, enviada ontem pela Mesa Diretora.

O documento indica os sete parlamentares titulares e três suplentes, como mostrou o Diário de Goiás na terça (2), e também a finalidade, que é tratar de eventuais irregularidades na execução do contrato nos “âmbitos técnicos, financeiros, operacionais, ambientais e de conformidade administrativa”.


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