Será instalada na Câmara de Vereadores de Goiânia uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a oferta e ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede privada da capital durante a epidemia de Covid-19.
O pedido foi apresentado em sessão na manhã desta terça-feira (23) pelo presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota). O mínimo exigido de 12 assinaturas para o ato já foram coletadas entre os parlamentares.
Durante a apresentação, Policarpo citou matéria publicada pelo jornal O Popular no último fim de semana, com dados divulgados pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), que 85% dos leitos de UTI destinados à Covid-19 estavam ocupados. O vereador mostrou ceticismo em relação ao dado. “Goiânia faz história de forma negativa. É a primeira cidade do Brasil onde o sistema particular de saúde entra em colapso primeiro que o sistema público. Nunca ouvi falar disso em nenhum outro lugar do Brasil”, afirmou.
Segundo o presidente, o preço de aluguel de uma UTI na rede privada antes da epidemia era de R$ 1,8 mil. Com a chegada da Covid-19, conforme Policarpo, passou para R$ 3 mil e agora seriam de R$ 6 mil. Ele relata ainda que 100 leitos de UTI foram destinados ao tratamento da doença no início. “Da noite para o dia, 80 leitos foram ocupados e sumiram do sistema dos hospitais particulares, lembrando que eles estão proibidos de fazer cirurgias eletivas. Só ficaram aqueles 20 leitos e agora o preço que aparece cobrado do poder público é na casa de R$ 6 mil por UTI”, disse.
A CEI, de acordo com o vereador, vai apurar se a taxa de ocupação está correta para evitar eventuais danos aos cofres públicos. “Entendemos que no momento de uma pandemia não é o momento de sacrificar ainda mais os cofres públicos. Se constatado for que esses hospitais estão escondendo leitos de UTI para aumentar os preços, com certeza esta Casa fará as denúncias cabíveis”, destacou Policarpo.
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