07 de agosto de 2024
Josiane Coutinho

Caldas Country virou caso de transferência de culpa

O Caldas Country 2012 gerou muita polêmica, imagens de vandalismo, sexo explícito, acidentes, carros incendiados e até morte circulam nas redes sociais, principalmente no facebook, causando indignação aos usuários da rede. Porém, o debate na rede limitou-se apenas ao excesso de álcool e ao estilo do evento, o sertanejo. Ou seja, não foi ou está sendo discutido como deve ser.

O Ministério Público de Goiás vai investigar a série de denúncias ocorridas no final de semana que ocorreu o evento, considerado o maior festival de música sertaneja do país. E tomou iniciativa de processar os realizadores do evento.

O MP goiano estuda ainda impedir a realização do Caldas Country 2013. De acordo com o promotor Pedro Eugênio Beltrame Benatti, a venda antecipada de ingressos para 2013 será suspensa por meio de uma ação proposta para os próximos dias. Talvez.

Caldas Novas pareceu uma cidade sem lei, o que nos leva ao seguinte questionamento: De quem é a culpa? Para responder tal pergunta, devemos analisar fatores como: Onde ocorreram os atos? De que forma a cidade recebe os turistas? Dá segurança para ele?

E mais importante: Qual o papel da Segurança Pública para coibir tais atos? A discussão vai muito além das imagens e da festa, ela bate à porta da ausência do poder público para manter a ordem na cidade. E isto não seria responsabilidade dos realizadores do evento.

Jovens bebendo, dançando em cima de um posto da Polícia Militar. Onde estavam os policiais nesse momento? Sexo no meio da rua. Filmaram, fotografaram. Onde estava a PM? A prefeitura de Caldas Novas pareceu alheia a toda situação, tão alheia que ainda não se  pronunciou.

Outro ponto que deve ser salientado é que dentro do evento em si, local dos shows não foi registrada nenhuma ocorrência policial.

Ora, a organização do evento não deve ser responsabilizada por atos que acontecem fora do local da festa.

Nesse ponto, os organizadores da festa possuem total razão.

Por outro lado, a prefeitura da cidade, sabendo do grande público que é atraído tem o papel de tomar providências junto a Secretária de Segurança Pública, reforçar o policiamento para garantir a segurança dos turistas e moradores. A ordem deveria ser, manter a ordem.

A verdade é que o Ministério Público de Goiás não deve limitar-se apenas ao evento em si, claro que o mesmo levou o grande número de turistas.

O MP deve discutir o papel das autoridades diante dos fatos, ações que coíbam ou até intimidem tais arruaceiros. Sim, nem todos que foram ao Caldas Country concordam ou participam da bagunça que tornou o município um verdadeiro palco de libertinagem.

O promotor deve analisar e ouvir todos os segmentos, questionar a Secretária de Segurança Pública, a prefeitura, organizadores e moradores. Limitar o debate a proibição do evento é de certa forma punir turistas que não contribuíram com a bagunça e isentar os responsáveis de qualquer tipo de responsabilidade.
Não é bem por aí. O Estado e a prefeitura de Caldas Novas tem total responsabilidade na transformação que Caldas sofreu nos dias 17 e 18 de novembro de 2012.

 


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