Circula pela internet um vídeo mostrando uma calcinha que promete evitar o estupro. O produto foi fabricado por uma empresa dos Estados Unidos e todas as primeiras peças já foram vendidas no país.
De acordo com as imagens, a calcinha é feita de um tecido resistente, não rasga, não pode ser cortado e possui um botão de trava, que só é possível abrir em uma posição programada.
Em entrevista ao jornal O Dia, a delegada da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM), do Rio de Janeiro, Márcia Noeli Barreto, afirmou que o objeto em nada vai ajudar as mulheres.
“Não concordo que a gente tenha que pensar em uma possibilidade como essa, pois sempre impõe o que a mulher deve fazer e não o homem. Sempre são sugestões para as mulheres. Ela não é culpada de nada, o homem é que tem que entender que não pode assediar e violentar ninguém”, destaca.
Já a psicoterapeuta Aline Gomes, especialista em saúde da mulher, a calcinha não é uma forma de combater a cultura do estupro.
“Essa armadura só está considerando a violência como penetração, mas a gente tem que lembrar que beijar e colocar a mão no seio de outra pessoa também é assédio e o produto não consegue proteger disso. Parece que a gente está andando para trás em ter que usar uma forma arcaica de proteção”, disse a psicoterapeuta.
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