22 de dezembro de 2024
Justiça

Caixa vai pagar R$ 10 milhões em dano moral coletivo e colocará na “conta” do ex-presidente

A atual presidente do banco, Rita Serrano, disse que vai cobrar de Pedro Guimarães pelo valor, já que o acusado foi ele
Caixa concluiu investigação e constatou assédio sexual por parte de Pedro Guimarães, ex-presidente do banco. (Foto: Reprodução)
Caixa concluiu investigação e constatou assédio sexual por parte de Pedro Guimarães, ex-presidente do banco. (Foto: Reprodução)

A Caixa Econômica Federal terá de pagar R$ 10 milhões por dano moral coletivo, após tolerar as práticas de assédio sexual e moral em 2022 pelo próprio presidente, à época Pedro Guimarães, dentro da instituição. Agora, a atual presidente do banco, Rita Serrano, afirmou que vai cobrar do ex-presidente o valor que terá de ser desembolsado.

“A Caixa irá pagar, cumprir, lógico, é uma determinação da Justiça do Trabalho, mas a Caixa vai entrar com uma ação de ressarcimento desses valores contra o ex-presidente da Caixa, porque obviamente a responsabilidade dessa situação foi causada por ele […] Nada mais justo que ele ressarça a Caixa das multas que a Caixa está pagando por conta dessas ações de assédio comprovadas pelo Ministério do Trabalho”, reafirmou Rita Serrano.

Ainda sobre os R$ 10 milhões, consta que o valor do dano moral coletivo será revertido a instituições sem fins lucrativos em acordo foi homologado pela Justiça do Trabalho, como informado pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) nesta quinta-feira (27). O acordo foi assinado há exato um mês e encerra o caso em relação ao banco. O processo específico sobre a responsabilização individual do ex-presidente Pedro, porém, continua em andamento e em segredo de Justiça.

Além do valor milionário, a Caixa terá, ainda, que implementar em 90 dias, uma “Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral”, e que denúncias do tipo sejam analisadas em 30 dias, além de divulgar no portal da transparência da empresa a quantidade de denúncias recebidas envolvendo assédio sexual, assédio moral e discriminação, realizar auditorias externas para “identificar riscos, monitorar e avaliar ações de prevenção e enfrentamento ao assédio” e proibir qualquer retaliação, coação ou constrangimento contra os empregados que denunciarem ou testemunharem casos de assédio no banco.

Vale lembrar que Pedro Guimarães foi denunciado em 2022 por ter assediado sexualmente colaboradoras que trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência do banco. Na época, a queixa foi apresentada por diversas mulheres, que tiveram seus nomes preservados. Após situação, Guimarães foi demitido.


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