RAFAEL GREGORIO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir da próxima quinta (28), o Caixa Belas Artes voltará a ser apenas Belas Artes. E, caso não encontre novos patrocínios, pode fechar em dois meses.
Esse é o prazo que o dono do Belas Artes, André Sturm, diz ter acertado com o proprietário do imóvel onde fica o cinema, inaugurado com este nome em 1967; o aluguel custa quase R$ 2 milhões ao ano.
Segundo ele, o banco solicitou em janeiro o fim da exibição da marca, no que pode ser o primeiro grande corte sob Bolsonaro.
A Caixa confirmou a interrupção. Em nota, o banco diz que “contratos de patrocínio estão sob análise” e que as demandas relativas a projetos culturais serão tratadas com patrocinados.
Ex-secretário municipal de cultura -substituído em janeiro por Ale Youssef-, Sturm ressalta que o apoio nunca foi “filantropia, mas operação lucrativa”. A marca, diz, teve 1.150 citações na mídia em 2018, o equivalente a R$ 6,5 mi em publicidade.
Na esquina das avenidas Paulista e Consolação, o cinema é celebrado pela curadoria alheia a blockbusters que marcam as redes de shoppings. O local ficou fechado de 2011 a 2014, quando foi reaberto sob a bandeira da Caixa, após mobilização de políticos e entidades.
O cinema foi escolhido o de melhor atendimento pelo público ouvido pelo Datafolha na mais recente avaliação do Guia Folha.
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