13 de novembro de 2024
Segurança Pública • atualizado em 04/11/2024 às 17:59

Caiado reforça que não vai implantar câmera corporal para acompanhar ocorrências policiais

O governador é contra o uso de câmeras nas fardas dos policiais e disse que cabe a Corregedoria coibir e investigar possíveis ações negativas dos agentes
Governador Ronaldo Caiado afirmou que câmeras nas fardas não diminuem a criminalidade. Foto: Secom
Governador Ronaldo Caiado afirmou que câmeras nas fardas não diminuem a criminalidade. Foto: Secom

O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a destacar que não pretende implantar uso de câmeras nas fardas dos policiais em Goiás. Durante evento de divulgação do balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), nesta segunda-feira (8), Caiado destacou que tal medida não tem efeito algum, além de inibir a atuação dos agentes de segurança.

Ao reforçar os índices de queda na criminalidade no Estado, o governador reiterou que a implementação das câmeras no cotidiano das corporações não surtirá o efeito desejado. “Quer dizer que quando tem câmeras não tem crime? Pelo contrário. Veja aí, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia e o Rio Grande do Norte”, citou Caiado, fazendo referência a Estados com índice de criminalidade superiores a Goiás.

Em relação a fiscalização da trabalho dos policiais, Caiado garante que não é preciso câmeras para agir, e que tal prática inibirá a atuação das forças de segurança pública. “Tenho Corregedoria na minha polícia que me garante que aqueles que estiverem fora do trilho eles saberão cumprir, saberão prender, eles saberão descartar. Mas a câmera o meu povo não vai usar, porque meu pessoal quer ter liberdade para poder atuar e poder ter um enfrentamento direto como todo mundo”, defendeu o governador.

Projeto ultrapassado

Ao Diário de Goiás, o secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás, Renato Brum, reiterou que possui o mesmo posicionamento de Caiado. “Nós não temos a intenção de colocar câmera nos policiais. Isso inibe os policiais. Já foi experimentado em outros Estados, os índices criminais aumentaram”, argumentou.

De acordo com Brum, o projeto do Governo Federal de conceder verba para os Estados adotarem as câmeras vai na contramão do que a Segurança Pública do Estado planeja e os recursos serão usados para outros fins. “Se caso nós quisessemos aplicar essa verba na aquisição de compra de câmeras, o Governo Federal facilitaria, mas no caso nós já temos outros projetos para aplicação desse dinheiro que é destinado ao Estado de Goiás”, explicou o secretário.

O titular da Segurança Pública destacou que pretende utilizar a verba do Governo Federal destinada a isso para implantar medidas mais eficazes. “Temos a intenção, sim, de colocar o vídeo-monitoramento das cidades, que a gente chama de cidades inteligentes, de colocar as câmeras nos presídios”, detalhou.

Segundo ele, a discussão das câmeras está “ficando ultrapassada”, e é necessário “pensar em algo mais avançado”. Brum elabora que já existem sistemas de câmera utilizadas em outros países que permitem até mesmo a identificação e o acesso a antecedentes criminais da pessoa que está sendo filmada na abordagem, modernidade que ainda não seria utilizada no sistema do Brasil, focado em algo mais simples. E acrescentou: “É um orçamento muito caro, que vai trazer um retorno talvez ruim ou pouco bom”, pontuou Renato Brum.

Prejuízo à ação policial

Além dos custos altos em relação ao retorno na segurança, Brum acredita que poderia ser algo que prejudicaria a atuação dos policiais. “Não é que a gente tem alguma coisa a esconder, é porque realmente não dá certo”, afirmou o titular da SSP.

Para o governador, não é necessário que haja utilização das câmeras para apurar ações dos policiais e não vê demanda na implementação do projeto em Goiás. “Não se admite dentro da polícia da certa utilização da farda para se praticar crime. Não é exatamente a câmera que vai dizer, quem vai dizer é a nossa companhia, ou seja, nossa área de informação, de inteligência junto também com a seriedade da Corregedoria do Estado, que deverá punir essas pessoas”, finalizou Ronaldo Caiado.


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