05 de dezembro de 2025
Política • atualizado em 16/05/2025 às 11:19

Caiado reforça promessa de anistia a Bolsonaro e envolvidos no 8 de janeiro: “Será meu primeiro ato como presidente”

Caiado foi enfático ao defender a proposta e disse que o tema será tratado como prioridade absoluta, caso chegue ao Planalto
Durante a fala, Caiado voltou a criticar o governo federal, que classificou como “populista e demagógico”. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás.
Durante a fala, Caiado voltou a criticar o governo federal, que classificou como “populista e demagógico”. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), voltou a afirmar nesta sexta-feira (16) que, caso seja eleito presidente da República em 2026, anistiará o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os condenados ou investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Durante entrevista coletiva, Caiado foi enfático ao defender a proposta e disse que o tema será tratado como prioridade absoluta, caso chegue ao Planalto.

“Ao assumir o governo, meu primeiro ato será anistiar todos nesse assunto do 8 de janeiro, para nós começarmos a pensar o Brasil, começarmos a avançar, começarmos a trabalhar. Vamos fazer o Brasil ser um país respeitado, pelo seu povo e internacionalmente”, declarou o governador, que reafirma ser o primeiro aliado de Bolsonaro a defender publicamente a anistia, ainda em fevereiro de 2024.

A proposta mira o perdão judicial aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, além de outros réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe após as eleições de 2022. Entre eles, estão apoiadores diretos do ex-presidente Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Vamos virar a página”

Para Caiado, a insistência em manter o tema em debate atrasa o país e ignora os desafios reais do Brasil. “Não tem lógica o Brasil continuar discutindo o 8 de janeiro. Ninguém discute educação, ninguém discute violência, ninguém discute tecnologia, inteligência artificial, energia, que é o que o mundo inteiro está tratando. E aqui seguimos nessa ladainha”, criticou.

O governador também fez questão de explicar o gesto de anistia como uma medida política de pacificação e retomada do foco no desenvolvimento nacional:

Na hora que eu acabar de assinar meu diploma de presidente da República, o segundo ato meu será anistiar todo mundo. Acabou a conversa. Vamos trabalhar para construir paz e desenvolvimento.

Críticas ao governo federal e foco em inovação

Durante a fala, Caiado voltou a criticar o governo federal, que classificou como “populista e demagógico”. Segundo ele, o atual cenário tem sufocado o setor produtivo e afastado o Brasil de agendas internacionais relevantes. “O Brasil hoje perde espaço no G20, no BRICS. A juventude quer ser empreendedora, mas o governo trava tudo com burocracia, juros altos e atraso ideológico”, afirmou.

Caiado também citou sua recente viagem a Nova York, onde participou de eventos e foi procurado pela Amazon após a aprovação, em Goiás, do primeiro marco estadual de Inteligência Artificial do país. “Bastou uma lei nossa de IA ser aprovada que o vice-presidente internacional da Amazon foi ao meu hotel. O Brasil precisa de mais disso: seriedade, visão de futuro e coragem para decidir”, completou.

A anistia como bandeira de campanha

A defesa da anistia tem sido um dos principais pilares políticos de Caiado no caminho para consolidar sua candidatura ao Planalto em 2026. Ao reforçar publicamente sua posição, o governador se aproxima da base bolsonarista, mas também tenta apresentar a medida como uma estratégia de encerramento de ciclo e reconciliação nacional.

“Vamos virar essa página. O Brasil precisa discutir o que importa: crescimento, emprego, inovação e segurança. Não é ser eleito presidente, é ter coragem de fazer as mudanças que o país precisa”, concluiu.


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