05 de dezembro de 2025
Segurança • atualizado em 29/08/2025 às 11:14

Caiado elogia operação contra o PCC e cobra acesso dos Estados a dados do COAF

Durante entrevista, Caiado parabenizou a ação, mas reforçou a cobrança para que os estados tenham acesso direto aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF)
Segundo Caiado, sem os dados do COAF, os governos estaduais ficam de mãos atadas para agir contra crimes de lavagem de dinheiro. (Foto: Walter Folador).
Segundo Caiado, sem os dados do COAF, os governos estaduais ficam de mãos atadas para agir contra crimes de lavagem de dinheiro. (Foto: Walter Folador).

Um dia após receber a comitiva da Embaixada do Japão no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o governador Ronaldo Caiado comentou nesta quinta-feira (28) a megaoperação da Polícia Federal contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), que atingiu oito estados, incluindo Goiás. Durante entrevista, o governador parabenizou a ação, mas reforçou a cobrança para que os estados tenham acesso direto aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

“Eu sou uma pessoa que parabeniza todos aqueles que têm como objetivo punir, prender e confiscar 100% de tudo aquilo que é fruto do narcotráfico. Essa é exatamente a minha grande luta para que a gente possa ter esses resultados”, afirmou.

Segundo Caiado, sem os dados do COAF, os governos estaduais ficam de mãos atadas para agir contra crimes de lavagem de dinheiro. “Você só pode fazer uma operação dessas se tiver os dados do COAF. Se não, você fica totalmente impedido. Essa operação não foi contrabando, foi financeira. E só o governo federal tem acesso a essas informações”, criticou.

O governador defendeu sua proposta de emenda constitucional para garantir que autoridades estaduais também possam consultar os relatórios de inteligência financeira. “Se nós estados tivéssemos acesso, é lógico que chegaríamos muito mais rápido às pessoas que transformam Caixa 2 em impérios imobiliários, industriais, em criptomoedas. Hoje não temos essa ferramenta. É impossível agir sem prova. E a prova só se tem com o COAF na mão.”

Lavagem de dinheiro em Goiás

Caiado também reconheceu que o esquema criminoso alcança o território goiano. “Lógico que tem muita gente esquentando dinheiro aqui. Esse é o dado que só o COAF sabe. Eu não tenho como saber se o criminoso investiu em posto de gasolina, refinaria ou usina de cana. Só com acesso aos dados financeiros é possível comprovar e agir”, disse.

O governador ainda enfatizou que a atuação dos Estados acaba restrita às barreiras policiais e às operações de inteligência locais. “Na parte financeira, ficamos de mãos atadas. Temos toda a suspeita, mas precisamos provar. É por isso que insisto que uma autoridade do estado precisa ter acesso ao COAF, para combater esse crime que é diferente do que conseguimos enfrentar hoje.”

Entenda o caso

A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira (28) uma das maiores operações já realizadas contra o crime organizado no setor de combustíveis. O alvo é o PCC e outras facções envolvidas em um esquema bilionário de distribuição e adulteração em oito estados, incluindo Goiás.

De acordo com informações da CNN, a investigação começou em 2019 e revelou um movimento de mais de R$ 23 bilhões, com sonegação fiscal de R$ 7,6 bilhões.

Em Goiás, Caiado já havia alertado diversas vezes sobre a presença da facção criminosa no setor. Em julho de 2024, durante o Congresso Nacional de Comandantes Gerais das PMs, o governador destacou que o PCC atua desde postos de gasolina até entidades sociais e transporte público. Na ocasião, a Polícia Civil deflagrou a Operação Imediata, que fiscalizou dez postos na Região Metropolitana de Goiânia.

Na entrevista, Caiado reforçou que a repressão será contínua: “Aqui, faccionado, não vai ter postos de gasolina, não terá oficina, não terá disputa com empresário no nosso Estado. Essa operação será continuada e será uma operação dura, que contará com o apoio do governador”.


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