23 de dezembro de 2024
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Caiado e outros governadores pedem paz e repudiam fake news que promovem instabilidade no país

Governadores temem instabilidade institucional
Governadores temem instabilidade institucional

O governador de Goiás (DEM) em conjunto com outros 15 governadores publicaram no começo da noite desta segunda-feira (29/03) uma carta aberta à sociedade pedindo paz e ao mesmo tempo expressando a indignação em torno das fake news e agressões que tentam “criar instabilidade institucional nos Estados e no País”.

A carta nasce num dia em que vários parlamentares alinhados ao presidente da República, Jair Bolsonaro como deputada federal, Bia Kicis (PSL-DF) levantarem a teoria de que um policial que atirou contra contra colegas em Salvador, foi morto por se recusar a ‘prender trabalhadores’. Na Bahia, o deputado estadual Soldado Prisco (PSC) também alinhado a Bolsonaro estimulou pelas redes sociais uma possível greve dizendo que “a hora de parar é agora”. Ele convocou os militares para realizarem assembleias e manifestações nesta segunda-feira (29/03).

A carta não cita nomes, mas trás os motins em evidência. “Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir Governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático”, destaca.

Há algumas semanas, fakenews em torno dos repasses que o Governo Federal fez aos Estados no enfrentamento à pandemia foram divulgados. Muitos, por parlamentares eleitos. Os governadores também não citam nomes, mas fazem menção no texto. “Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos.”

Assinam a carta os governadores Rui Costa (PT-BA), Flávio Dino (PCdoB-MA), Helder Barbalho (MDB-PA), Paulo Câmara (PSB-PE), João Doria (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Eduardo Leite (PSDB-RS), Camilo Santana (PT-CE), João Azevedo (Cidadania-PB), Renato Casagrande (PSB-ES), Wellington Dias (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Belivaldo Chagas (PSD-SE), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Waldez Goés (PDT-AP). 

Leia a carta na íntegra:

Os governadores manifestam sua indignação em face da crescente onda de agressões e difusão de Fake News que visam a criar instabilidade institucional nos Estados e no País. Vivemos um período de emergência na saúde, e a vida de todos os brasileiros está em grave risco. 

Os governadores, juntamente com os servidores públicos e profissionais do setor privado, estão lutando muito para garantir atendimento de saúde e apoio social à população. Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos. 

Registramos especialmente o nosso protesto quando são autoridades federais, inclusive do Congresso Nacional, que violam os princípios da lealdade federativa. Conclamamos o Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, bem como o Presidente do Supremo Tribunal Federal, para que adotem todas as providências de modo a coibir tais atos ilegais e imorais. 

Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir Governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático. 

Finalmente, sublinhamos a nossa gratidão a todos os servidores públicos e profissionais que têm atuado incessantemente para vencermos a pandemia. Merecem especial destaque as forças policiais, que têm a nossa solidariedade e apoio em relação a reivindicações justas quanto à vacinação, pleito em análise no âmbito do Ministério da Saúde pela Comissão Intergestores Tripartite – CIT.


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