Os últimos ataques e xingamentos dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos e Eduardo, não desestimularam o governador Ronaldo Caiado (UB) que não considera a falta de apoio dos Bolsonaro um impedimento para os governadores da direita, como ele, disputarem as eleições presidenciais de 2026. Foi o que ele afirmou durante entrevista na segunda-feira (18) ao Estúdio i da Globo News, que repercutiu nacionalmente.
Em postagens nas redes sociais no final de semana, Carlos e Eduardo chamaram os governadores alinhados de “ratos” por se distanciarem da principal meta da família, que é anistiar imediatamente o pai. Atacaram generalizadamente, a despeito de Caiado ter defendido uma anistia, se eleito.
A revista IstoÉ considerou que o governador goiano, que é pré-candidato declarado há meses, minimizou a publicação ofensiva dos irmãos, ao afirmar: “Entendo esse desabafo e esse desespero de um filho que vê um pai, querendo ou não, numa prisão domiciliar sem sequer ser julgado”.
Também chamou a atenção a disposição de Caiado de enfrentar uma imposição de Carlos ou Eduardo em substituição aos governadores de direita que já estão no páreo – Tarcísio Freitas, de São Paulo, Ratinho Júnior, do Paraná, e Romeu Zema, de Minas Gerais. O Estadão e o portal Uol, por exemplo, destacaram uma das falas neste sentido, após Caiado ser questionado se concorreria ao Executivo federal caso Bolsonaro indicasse um dos seus filhos como candidato.
Está claro. Não pode mais pairar nenhuma dúvida em relação a esse assunto, isso não existe. Todos nós [governadores de direita] somos pré-candidatos. Nenhum outro candidato [como Carlos ou Eduardo], neste momento, vai criar uma situação de cancelamento de outras pré-candidaturas” – Ronaldo Caiado
Ele citou que “não existe reserva de mercado” para disputar na eleição de 2026, mas sim “competência e capacidade de voto para chegar ao segundo turno”, repetindo a tônica dos últimos meses sobre manter múltiplas candidaturas da direita. A estratégia é afunilar para um nome do segmento ao segundo turno.
Alguns veículos, como o Jornal do Brasil, consideraram que Caiado se humilhou após as falas dos irmãos. “Caiado, em sua fala, deixou claro que pretende manter a proximidade com a base eleitoral ligada ao clã Bolsonaro, ainda que precise aceitar insultos”, publicou o jornal.
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