09 de agosto de 2024
Eleições 2022 • atualizado em 05/10/2022 às 17:32

Caiado decide apoiar Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições

Governador irá nesta quinta-feira (06) se encontrar com o presidente em Brasília
Foto: reprodução/redes sociais.
Foto: reprodução/redes sociais.

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) bateu o martelo e decidiu que vai apoiar mesmo o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022. A definição foi comunicada a deputados eleitos e prefeitos da base aliada nesta quarta-feira (05/10). O anúncio oficial acontecerá num encontro entre os dois políticos nesta quinta-feira (06) em Brasília.

Antes da decisão, Caiado dizia que iria aguardar a definição nacional do União Brasil, que ainda não sacramentou como irá se posicionar no segundo turno das eleições. Apesar de uma parcela significativa da legenda querer caminhar com o presidente Jair Bolsonaro, há resistências do presidente do partido, Luciano Bivar e do candidato ao Governo da Bahia, Antônio Carlos Magalhães Neto.

De acordo com a assessoria do governador, Caiado irá a Brasília nesta quinta-feira (06) para bater a foto oficial com o presidente Jair Bolsonaro e conceder uma coletiva marcando a retomada da aliança nessa reta final de campanha.

Entre farpas e abraços, Bolsonaro já chamou Caiado de ‘mentiroso’ e ‘ditador’

Caiado e Bolsonaro tiveram parceria afiada nos dois primeiros anos das respectivas gestões mas se afastaram ao longo da pandemia do novo coronavírus. Depois disso ambos trocaram algumas farpas indiretas em torno do assunto.

Em dezembro do ano passado, o ICMS sobre os combustíveis foi pauta de um entrave entre ambos. Em uma entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro citou o ICMS como principal vilão da alta da gasolina e chamou Caiado de “mentiroso”.

De acordo com Bolsonaro, Caiado teria mentido ao dizer que houve aumento do percentual arrecadado pela União sobre os combustíveis. O presidente disse ainda que o governo estadual cobra o ICMS sobre o valor final na bomba.

“Nesses três anos, o ICMS mais que dobrou o valor na ponta da linha. Tem um governador de Goiás que falou que eu estava mentindo porque o percentual não tinha variado. Mentiroso é ele, porque o percentual realmente não variou. Além de ele cobrar em cima do preço final da bomba, é bitributado. Já está incluso o PIS/Cofins. Cobra em cima do imposto federal, em cima dos tanqueiros e em cima dos postos”, disse Bolsonaro.

Uma semana depois, Bolsonaro chegou a colocar em dúvidas se assinaria a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Alguns dias mais tarde com a interrogação ainda no ar, Caiado foi à Brasília às vésperas do Natal, para ter a assinatura consolidada. O presidente de forma tímida, elogiou o governador.

Bolsonaro elogia Caiado, após críticas sobre o RRF (Foto: Divulgação)

Mesmo assim, o relacionamento de ambos nunca voltou ao normal com encontros cada vez mais espaçados. Em abril deste ano, numa visita de Bolsonaro a Rio Verde, Caiado foi vaiado por mais de três minutos por bolsonaristas presentes. O presidente da República, nada fez para conter o seu eleitorado num dos maiores símbolos que a parceria se restringia apenas a administração.

Caiado em Rio Verde. Demorou três minutos para começar a falar entre as vaias bolsonaristas (Foto: Divulgação)

Em maio deste ano, Bolsonaro chamou Caiado de ditador ao criticar governadores que adotaram políticas de distanciamento social no período da covid-19. A atitude foi endossada pelo deputado federal e candidato derrotado ao Governo de Goiás, Vitor Hugo. “Eu não tenho dúvidas, muitos governadores se portaram desta maneira. Eu não conversei com o presidente, ele não falou nada pra mim decifrando o que ele quis dizer. Mas a minha interpretação é que cabe direitinho ao atual governador de Goiás”, afirmou numa entrevista à Rádio Bandeirantes à época.


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