Assim como muitos ainda colocam em dúvida a oposição de José Batista Júnior, o Júnior Friboi, e de Vanderlan Cardoso, por pouco se posicionarem no ataque ao governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), sempre pesou contra o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) a desconfiança de que ele poderá compor a chapa com o PSDB em 2014.
Nacionalmente, os partidos (DEM e PSDB) são aliados. Situação que repercutiu em Goiás nos últimos anos. Declaração recente do deputado federal ao jornal A Redação – reforçada na edição deste domingo, 5, de O Popular, e anotada em longa reportagem da Tribuna do Planalto -, porém, mostra que ele parece determinado a seguir caminho contrário ao do governador tucano. “Nem o Senado viabiliza a coligação com a base”, afirma.
O contexto atual é favorável. Se mantiver o discurso oposicionista, poderá fazer no próximo pleito o que quis fazer em 2010 e não conseguiu. Na ocasião, Caiado esteve com um pé e meio no apoio à candidatura de Vandelan Cardoso, mas recuou.
A parceria com o então senador Demóstenes Torres (ex-DEM) era (e foi) fundamental para a eleição de Marconi e acabou decidindo o rumo da legenda, inclusive com a negociação da vaga de vice, com José Éliton (DEM). Se fosse feita a vontade de Caiado, Marconi poderia não ter sido eleito com a vontade do povo. No mínimo, a dificuldade seria maior.
Hoje, com Demóstenes fora no cenário e José Éliton a caminho de um novo partido (o PP) – mais: sem o confronto partidário com o deputado federal Vilmar Rocha, que foi para o PSD – Ronaldo Caiado tem autonomia total para se firmar em uma terceira via contrária à gestão estadual.
Confira:
AQUI o link para a entrevista de Caiado ao O Popular;
AQUI o link para a reportagem da Tribuna do Planalto;
e abaixo, na íntegra, a reportagem do jornal A Redação (link AQUI):
Ronaldo Caiado diz que nem o Senado o faria voltar à base aliada
Goiânia – O deputado federal Ronaldo Caiado considera que a ida de Vanderlan Cardoso para o PSB vai fortalecer o projeto de uma ‘terceira via’ para fazer frente à polarização entre PSDB e PMDB/PT nas eleições de 2014. Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação, Caiado, que já se lançou como pré-candidato ao governo pelo Democratas, afirmou que Vanderlan no PSB vai fortalecer não a sua candidatura, mas a de um grupo político que já se reúne com o intuito de chegar ao governo do Estado no ano que vem.
Segundo o presidente do DEM, “quem melhor se apresentar nas pesquisas internas e na avaliação do grupo será o candidato ao governo.
Caiado articulou com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a filiação de Vanderlan Cardoso ao PSB. Com a saída de Júnior Friboi do partido, Vanderlan é quem vai assumir o comando da sigla em Goiás. A partir de agora, Caiado e Vanderlan devem liderar a terceira via, que atualmente conta com DEM, PSB,PRP (do ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga) e PSC.
Questionado sobre o diálogo com outras legendas para integrar a terceira via, Caiado confirmou que há conversas adiantadas, mas que, por “uma questão de estratégia”, não poderia revelar quais. Sobre a terceira via, Caiado reforçou que não se trata de um grupo de oposição a Marconi ou Iris Rezende. “Não somos oposição a ninguém. Somos uma alternativa de gestão para Goiás. Não faremos queda de braço com ninguém. Somos uma alternativa de mudanças, e de mudança para melhor para a população em 2014”, discursou.
O democrata garante que não há nenhuma chance dele voltar atrás em seu projeto político e retornar para a base aliada do governador Marconi Perillo. Mesmo que tenha a oportunidade de sair candidato ao Senado, por exemplo. Questionado sobre esta possibilidade, Caiado respondeu: “Tenho uma trajetória política focada na ética, na moral, e nos meus princípios. Por esses motivos e não voltaria atrás e por esses motivos é que está na hora de lançar uma candidatura ao governo de Goiás”.
Orientação
Ronaldo Caiado reconhece que tem prefeitos e deputados do DEM que estão com Marconi Perillo e não declararam apoio a seu projeto de candidatura, mas não considera esse fato como um empecilho. De acordo com ele, seu grupo está fortalecido e esta posição de alguns deputados e prefeitos é compreensível. “Eu dei essa orientação a eles para que não sejam perseguidos ou sofram retaliação”, afirmou.
O deputado afirma que “sem dúvida, haveria retaliação por parte do governo”, caso estes correligionários declarassem apoio a ele. “Neste momento, não quero atrapalhar e nem é interessante atrapalhar o trabalho que os prefeitos e deputados democratas estão fazendo em suas bases”, justificou. Caiado disse ainda que terá que esperar 2014 para saber se eles estarão em seu palanque.
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