28 de agosto de 2024
Polêmica • atualizado em 03/11/2022 às 06:35

Caco Barcellos foi coagido a deixar cidade do MS após descobrir suspeita de compra de votos para Bolsonaro

Segundo jornalista, ideia era apenas mostrar o retrato da polarização brasileira, já que no local houve um empate exato no número de votos entre Lula e Jair Bolsonaro
Vídeo de quando Caco Barcellos entra em galpão na cidade de Coronel Sapucaia e descobre concentração suspeita, viralizou na internet e já conta com mais de 11 milhões de visualizações. (Imagem: reprodução/Globo)
Vídeo de quando Caco Barcellos entra em galpão na cidade de Coronel Sapucaia e descobre concentração suspeita, viralizou na internet e já conta com mais de 11 milhões de visualizações. (Imagem: reprodução/Globo)

O vídeo, trecho da reportagem, em que o jornalista Caco Barcellos descobre uma suspeita de esquema de assédio eleitoral e compra de votos para o presidente Jair Bolsonaro ao entrar em um galpão na cidade de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, já ultrapassou as 11 milhões de visualizações.

Segundo o repórter veterano, a ideia inicial era apenas mostrar o retrato da polarização brasileira, já que no local houve um empate exato no número de votos entre Lula e Jair Bolsonaro. Mas o que aconteceu foi algo bem maior e o jornalista acabou sendo coagido a deixar a cidade, após receber uma mensagem por celular.

“Sugiro a vocês terminar a pauta o quanto antes. Se você quiser continuar aqui na cidade, fazendo o seu trabalho, é por sua conta em risco, mas eu conheço bem a cidade. É complicado”, diz o homem em ligação para Caco Barcellos em reportagem mostrada no programa Profissão Repórter, da TV Globo. Confira o vídeo na íntegra.

Vale lembrar que a reportagem foi gravada a menos a menos de 48 horas do segundo turno das eleições, quando Caco e Chico andavam pela cidade falando com moradores e viram uma concentração de pessoas em frente a um centro cultural. Os jornalistas se aproximaram, como mostra o vídeo, e descobriram se tratar de uma reunião com moradores que recebem auxílios do governo, mas ao serem questionados, ninguém queria falar ou dizia que não sabia sobre o que era o encontro.

Absolutamente todas as pessoas no vídeo, como é possível perceber, gaguejaram ou se negaram a responder, até que a assessora da secretária da prefeitura que falava quando Caco entrou no local, ao ser questionada sobre a reunião ser algo relacionado à eleição, afirmou sem veemência que tinha “a ver de demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”.

Uma entrevistada que deu informações mais completas, porém, chegou a afirmar que os moradores teriam “que votar no 22 ou não teria mais verba”, o que constitui assédio eleitoral e compra de votos.

Sobre a cidade, Coronel Sapucaia tem cerca de 15 mil moradores e, no primeiro turno das eleições, no início de outubro, houve empate exato entre Lula e Bolsonaro, cada um recebendo 4.295 votos.


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