19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:55

Cabral é denunciado pela sexta vez na Lava Jato

Sérgio Cabral. (Foto: Arquivo/EBC)
Sérgio Cabral. (Foto: Arquivo/EBC)

O Ministério Público Federal no Rio apresentou nesta quarta-feira (8) sua quinta denúncia contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral no âmbito da operação Lava Jato.

Cabral também foi denunciado pela força-tarefa de Curitiba, no escopo da mesma operação. No total, portanto, são seis as denúncias contra o ex-governador.

Outras oito pessoas foram denunciadas nesta quarta-feira (8), inclusive o doleiro Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, preso na semana passada no Uruguai, acusado de ser um dos operadores do suposto esquema do ex-governador.

Cabral foi denunciado à 7ª Vara Federal Criminal do Rio por 25 crimes de evasão de divisas, 30 crimes de lavagem de dinheiro e nove crimes de corrupção passiva.

Além de Cabral e Juca Bala, foram denunciados o operador Carlos Miranda, o ex-secretário de Governo de Cabral Wilson Carlos, Sérgio Carlos de Oliveira, o Serjão, que foi assessor do ex-governador, o doleiro Claudio de Souza e o operador Timothy Scorah Lynn. Eles são acusados de crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Dois delatores, que fecharam acordo de colaboração premiada e que não tiveram nomes divulgados, também foram denunciados.

Segundo a Procuradoria, Cabral e sua suposta organização ocultaram e lavaram R$ 39,757 milhões movimentados no Brasil, além de US$ 100 milhões em depósitos no exterior.

Outros 1,214 milhões de euros em diamantes teriam sido ocultados em um cofre no exterior. Outros diamantes também ocultados no exterior foram avaliados em US$ 1,054 milhões.

Os procuradores identificaram quatro quilos e meio de ouro, ocultados em cofres no exterior, no valor de US$ 247,9 milhões. Segundo cálculos do MPF, o esquema de envio de divisas ilegais ao exterior somou R$ 318,5 milhões.

“As investigações comprovaram que Sérgio Cabral, no comando da organização criminosa, Wilson Carlos, Carlos Miranda, Sérgio Castro de Oliveira (Serjão/Big), Vinícius Claret (Juca Bala), Claudio de Souza (“Tony/Peter”) e os colaboradores promoveram, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, através de operações ‘dólar-cabo'”, afirma MPF em nota.

O dólar-cabo é uma forma de enviar recursos ilegais no exterior. Em geral, o cliente deposita uma quantia no país a um doleiro, que disponibiliza os valores corrigidos em contas no exterior.

De acordo com a Procuradoria, os investigadores identificaram que Cabral, Wilson Carlos, Miranda e os colaboradores mantiveram depósitos clandestinos no exterior de quatro formas distintas: depósitos em nome de terceiros, pagamentos de joias no exterior, compra de ouro e diamantes e transferências bancárias a parentes de Miranda. Juca Bala e Claudio Souza eram os responsáveis pelas remessas ao exterior. Todos os envolvidos estão presos.

Ainda segundo o Ministério Público, já foi possível repatriar US$ 85,3 milhões, provenientes de contas de bancos no exterior. Os recursos estão em contas judiciais da Caixa Econômica Federal.

A reportagem ainda não conseguiu contato com as defesas dos acusados. (Folhapress)

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