05 de dezembro de 2025
Comércio internacional

Brasileiro que mora na China mostra que consumo de café brasileiro entre chineses está aumentando

Maurício conta em vídeo que a importação de café brasileiro pela China mudou o hábito de consumo dos chineses, que começaram a trocar o tradicional chá pelo café
Atualmente, quase 60% do café que o Brasil exporta para a China vai direto para a Luckin Coffee. Foto: Wenderson Araujo
Atualmente, quase 60% do café que o Brasil exporta para a China vai direto para a Luckin Coffee. Foto: Wenderson Araujo

O café brasileiro invadiu a China. É o que mostra Maurício, produtor de conteúdo digital brasileiro casado com chinesa e que mora no país asiático há 13 anos. De acordo com ele, a parceria econômica entre Brasil e China está mudando o hábito de consumo dos chineses, que estão trocando o tradicional chá por café.

“Estamos na capital da China, mas o ambiente é verde e amarelo. A Luckin Coffee (rede chinesa de cafeterias) celebra os 50 anos de relações diplomáticas Brasil-China e colocou o café brasileiro nas mãos de 350 milhões de chineses, mudando o hábito de consumo dos chineses que começaram a trocar o chá pelo café”, relatou Maurício em sua rede social.

A Luckin Coffee é uma rede chinesa de cafeterias, fundada em 2017, que se tornou uma das maiores do mundo, superando a Starbucks na China em número de lojas. A empresa, que está expandido globalmente, utiliza um modelo de “novo varejo” focado em tecnologia, com o uso de um aplicativo móvel para pedidos, pagamentos e programas de fidelidade, além de lojas compactas e um serviço rápido.

A rede de cafeterias chinesa destaca-se também pelo uso de grãos de Arábica de alta qualidade, com blends desenvolvidos por campeões mundiais de barismo, e pela importação de café brasileiro, estabelecendo uma parceria comercial estratégica com o Brasil. “Quando cheguei na China, há 13 anos, o café era um produto elitizado vendido por franquias como a Starbucks, que vendia o café a preços exorbitantes. Mas em 2017 acabou a festa da Starbucks e surgiu a Luckin, que virou este jogo, democratizando o café por aqui”, contou Maurício.

Hoje, já são mais de 22 mil lojas da Luckin na China, contra cerca de 7.758 da Starbucks. De acordo com o produtor de conteúdo, a popularização abriu caminho para uma explosão de cafeterias locais e especializadas. “São milhares de cafeterias espalhadas por toda a China, das mais diversas marcas”, afirma.

“Talvez fique mais caro o café para o brasileiro, porém para os exportadores é um negócio muito lucrativo. Só com a Luckin Coffee foi assinado um acordo onde o Brasil irá exportar cerca de 240 mil toneladas entre 2025 e 2029, em um pacote de quase 7 bilhões de reais”, acrescentou Maurício. Atualmente, quase 60% do café que o Brasil exporta para a China vai direto para a Luckin Coffee.

Após as taxações impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros, a parceria econômica entre Brasil e China fortalece o país. Até então, os EUA é o país que mais importa o café brasileiro, mas diante do atual cenário, o crescimento expressivo do comércio com a China promete conter uma possível crise.


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