A seleção brasileira talvez tenha feito nesta terça-feira sua pior apresentação desde o retorno de Dunga, sofreu seu primeiro gol nesta volta dele, mas só venceu graças a uma aposta do treinador. Com Neymar, Willian e Oscar apagados, coube ao pouco conhecido Roberto Firmino brilhar nos últimos minutos e marcar o golaço que selou a vitória por 2 a 1 sobre a Áustria, em amistoso realizado em Viena.
Se sofreu seu primeiro gol em seis partidas, o time de Dunga manteve os 100% de aproveitamento, chegando à sexta vitória e fechando a reta final de 2014 com chave de ouro, depois da histórica decepção na Copa do Mundo. Agora, o Brasil volta à campo somente em 2015. Em março, a seleção disputará um amistoso contra a França. Já a Áustria volta as atenções novamente para as Eliminatórias para a Eurocopa de 2016, na qual lidera o Grupo G, com 10 pontos em quatro partidas, na chave que tem também a Rússia e a Suécia.
Nesta terça, os homens de frente do Brasil sucumbiram à forte marcação do adversário, que aproveitou o porte físico para se impor na força. Com isso, o jogo foi morno, com poucas chances de ambos os lados. David Luiz, de cabeça, abriu o placar, Dragovic, em pênalti cometido por Oscar, empatou, mas Roberto Firmino garantiu o triunfo com um chutaço de fora da área. A vitória também ajudou a diminuir uma polêmica que se criou durante a semana. Thiago Silva reclamou de não ter ouvido qualquer explicação por ter ido para o banco e perdido a faixa de capitão para Neymar. Nesta terça, no entanto, o zagueiro do Paris Saint-Germain teve a chance de voltar a mostrar serviço, já que entrou aos 27 minutos, ainda no primeiro tempo, na vaga do lesionado Miranda. Nos acréscimos, Dunga tirou Neymar e o atacante entregou a faixa a Thiago Silva.
O JOGO – A Áustria surpreendeu a seleção brasileira no início e comandou as ações no primeiro tempo. Aos cinco minutos, Okotie tocou com a mão para marcar, após falta da esquerda, o juiz viu, parou o lance e o advertiu com cartão amarelo. Aos 14, Arnautovic avançou pela esquerda, pedalou para cima de Danilo e cruzou. A bola passou por Miranda e David Luiz, mas Filipe Luís tocou para escanteio.
O time europeu abusava da força física para fazer uma marcação dura no meio de campo e impedia que o Brasil atacasse. Assim, teve mais um bom momento aos 21, quando Junuzovic recebeu boa bola na direita, e tentou o cruzamento, mas foi travado. A sobra ficou com Klein, que mais uma vez parou na marcação. Aos 25, mais um bom momento austríaco, quando Okotie aproveitou falta da direita e, desta vez de cabeça, tocou na trave, mas já estava impedido.
Somente na metade final do primeiro tempo o Brasil melhorou. A equipe ainda estava longe do futebol apresentado nas últimas partidas, mas passou a ser mais rápida no ataque e a ficar mais com a posse. O primeiro chute a gol saiu aos 33, quando Oscar recebeu na intermediária, cortou o zagueiro e bateu, mas não pegou firme e Almer encaixou com tranquilidade. Quatro minutos depois, David Luiz bateu falta rente ao travessão, assustando o goleiro adversário.
Se o primeiro tempo foi muito aquém do esperado, o segundo começou ainda mais parado. Nem austríacos nem brasileiros conseguiam escapar da marcação adversária. Mas na bola parada, a seleção de Dunga chegou ao primeiro gol. Aos 18 minutos, Oscar bateu escanteio pela direita, David Luiz deslocou o zagueiro puxando sua camisa – lance não observado pela arbitragem – e cabeceou firme para o chão, sem chance para Özcan. Aos 25 minutos, Weimann foi para o jogo na vaga de Junuzovic, e apenas três minutos depois o meia do Aston Villa mostrou serviço. Ele fez boa jogada pela direita, invadiu a área e foi calçado por um carrinho desembestado de Oscar. O juiz viu o pênalti, que Dragovic bateu com categoria no canto direito, deslocando Diego Alves, para marcar.
Se um reserva resolveu para a Áustria, não demoraria para que o mesmo acontecesse do lado brasileiro. Aos 38, Neymar tocou para Filipe Luís, que encontrou Roberto Firmino pelo meio. O atacante dominou e, rapidamente, encheu o pé de longe, da intermediária. A bola foi fugindo do goleiro, ainda tocou no travessão e morreu dentro do gol de Özcan, definindo o placar.
FICHA TÉCNICA:
ÁUSTRIA 1 X 2 BRASIL
ÁUSTRIA – Almer (Özcan); Klein, Dragovic, Hinteregger e Fuchs; Ilsanker, Kavlak, Harnik (Proedl), Junuzovic (Weimann) e Arnautovic (Ulmer); Okotie (Sabitzer). Técnico: Marcel Koller.
BRASIL – Diego Alves; Danilo, Miranda (Thiago Silva), David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Fernandinho (Casemiro), Oscar (Fred) e Willian (Douglas Costa); Neymar (Marquinhos) e Luiz Adriano (Roberto Firmino). Técnico: Dunga.
GOLS – David Luiz, aos 18, Dragovic, aos 28, e Roberto Firmino, aos 38 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – William Collum (Fifa/Escócia).
CARTÃO AMARELO – Okotie (Áustria).
RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Ernst-Happel, em Viena (Áustria).
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