Depois de cinco anos, o Brasil recebeu novamente o certificado de país livre do sarampo. A recertificação da eliminação da doença foi entregue pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretor regional da OMS para Américas, Jarbas Barbosa, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (12).
Além do sarampo, o Brasil conquistou também o título de erradicação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. Com a certificação oficial, passa a ser novamente a única região do mundo livre dessas três doenças.
O Brasil havia conquistado a classificação de país livre do sarampo em 2016, mas acabou perdendo o título em 2019, após registrar 10.374 casos da doença. Entre 2018 e 2022, foram registradas 40 mortes de crianças pela infecção viral contagiosa. Segundo o Ministério da Saúde, todos os casos recentes vieram de pessoas infectadas vindas de fora do território nacional.
O presidente Lula celebrou a retomada do título e os dados de saúde positivos no país. “Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacou. Em dois anos, a partir de 2023, o Brasil realizou importante recuperação das políticas de vacinação, deixando a lista de países com um dos mais elevados números de crianças sem qualquer imunização para voltar a ser um dos que possuem maior cobertura vacinal.
Vacinação como prevenção
A pediatra e membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Mirna de Sousa, ressalta que a eliminação do sarampo é uma conquista, mas exige manutenção constante para que o vírus não volte a circular. “A intensificação da vigilância e o aumento da cobertura vacinal foram fundamentais para esse resultado. Não podemos deixar esse bom resultado recuar”, defende a médica.
Mirna lembra que, embora o país esteja livre do sarampo, o risco de reintrodução do vírus é uma preocupação constante, já que ele continua circulando em outras partes do mundo. “Vacinar é essencial para mantermos essa conquista. Se uma pessoa infectada entrar no Brasil e encontrar pessoas desprotegidas, o vírus pode voltar a circular”, explica a pediatra.
A vacina contra o sarampo, chamada tríplice viral, que também protege contra a rubéola e caxumba, está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas entre 12 meses e 59 anos. Atualmente, o país trabalha para elevar a cobertura vacinal, que caiu de 95% em 2016 para 74% em 2021. Em 2024, os índices de vacinação já superam 90% para a primeira dose, enquanto a segunda dose também avança, alcançando mais de 80% da população.
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