Por Paulo Favero e Raphael Ramos
De equipe desacreditada por muitos a vice-campeã olímpica. Essa foi a trajetória da seleção brasileira feminina de vôlei nos Jogos de Tóquio. Neste domingo, o time não foi páreo para os Estados Unidos na decisão na Ariake Arena e perdeu por 3 sets a 0 (parciais 25/21, 25/20 e 25/14).
Foi a primeira medalha de prata do vôlei feminino brasileiro. Antes, o Brasil havia conquistado dois bronzes em Atlanta-1996 e Sydney-2000 e dois ouros em Pequim-2008 e
Londres-2012.
Depois da decepção nos Jogos do Rio, quando o time caiu nas quartas de final e ficou fora da disputa por medalhas, a seleção teve um ciclo com muitas oscilações. Na última Liga das Nações, em junho, a equipe foi vice-campeã – perdeu a final justamente para os EUA. Aquela campanha renovou as esperanças da seleção, mas o técnico José Roberto Guimarães sempre deixou claro que o Brasil não tinha a mesma qualidade que boa parte dos seus adversários.
No meio dos Jogos Olímpicos, horas antes da semifinal, o time ainda sofreu um baque com a notícia de que Tandara havia sido flagrada em um teste antidoping e teria de voltar imediatamente para o Brasil. Mesmo assim, em uma campanha surpreendente, com muitos pontos ganhos na base da raça, o Brasil chegou invicto à decisão na qual enfrentou um adversário bastante superior tecnicamente.
Com o ouro neste domingo, os Estados Unidos, enfim, conquistaram o primeiro título olímpico no vôlei feminino. Um jejum que durava quase seis décadas, desde que a modalidade passou a fazer parte do programa olímpico, em 1964. As americanas também se vingaram do Brasil, algoz nas decisões dos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012.
Neste domingo, os EUA foram melhores do início ao fim do jogo. As brasileiras pareciam ansiosas, falhando na recepção, o que dificultava a transição para o ataque. Fernanda Garay, por exemplo, pouco conseguiu produzir. Com um jogo bastante agressivo, as americanas seguraram o Brasil e fecharam o primeiro set em 25 a 21.
O panorama da partida continuou na segunda parcial com uma agravante: os Estados Unidos acertaram o bloqueio. Assim, mantiveram a dianteira no placar durante todo o set. Rosamaria, que havia sido um dos destaques da seleção nas quartas de final e na semi, não estava em um dia de muita inspiração e acabou saindo. A entrada de Natália, no entanto, não mudou o jogo. Os EUA continuaram melhor e ganharam por 25 a 20.
Sem conseguir encaixar a defesa, no terceiro set o nervosismo aumentou e o Brasil cometeu erros bobos. Com facilidade, os Estados Unidos dominaram a partida e fecharam o placar em 25 a 14.
(Conteúdo Estadão)
Leia mais sobre: Esportes