23 de dezembro de 2024
Esportes

Brasil leva susto, mas vence Venezuela de virada fora nas Eliminatórias

Foto - Lucas Figueiredo
Foto - Lucas Figueiredo
Por Glauco de Pierri

O Brasil sofreu muito mais do que o costume para vencer a Venezuela, mas na base do sufoco conseguiu a vitória, de virada, por 3 a 1. Na noite desta quinta-feira, o time do técnico Tite sentiu muito a falta do atacante Neymar, suspenso, e viu o jogo das tribunas do estádio Olímpico de Caracas. Assim, o time se mantém com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar – agora, são nove jogos, nove vitórias e 27 pontos conquistados.

A seleção brasileira volta a campo no domingo, em jogo atrasado da 5.ª rodada contra a Colômbia, em Barranquilla, quando Tite já poderá contar com Neymar. Nesta quinta, o começo do jogo não foi do jeito que o torcedor brasileiro esperava. Depois de perder um gol com Gabriel Barbosa aos seis minutos, quando ele bateu de esquerda após receber passe de Paquetá, o Brasil sofreu o primeiro gol do jogo.

Aos dez minutos, Soteldo saiu da marcação de Gerson e recebeu com liberdade pela direita do ataque, nas costas de Guilherme Arana. Ele cruzou na área para Eric Ramírez, que estava marcado, mas Fabinho e Marquinhos escorregaram ao mesmo tempo e o venezuelano ficou livre e nem precisou pular para cabecear no canto direito de Alisson e abrir o placar.

O Brasil não sofria um gol nas Eliminatórias Sul-Americanas desde a segunda rodada, quando a equipe do técnico Tite venceu o Peru, no estádio Nacional, em Lima, por 4 a 2 – foram 632 minutos sem levar gols.

A seleção brasileira tinha problemas em sua transição. Após sair com a bola da defesa, volantes e meias tinham dificuldade na hora de encaixar o passe vertical em velocidade para surpreender a defesa Venezuela.

Mesmo assim, a equipe chegava com perigo. Aos 18, Gabriel Jesus levou perigo em uma cabeçada que saiu pela linha de fundo. Três minutos depois, Everton Ribeiro recebeu na esquerda, nas costas da defesa e entrou na área em velocidade. De frente para o gol, resolveu tocar para Gabriel Barbosa, mas a bola desviou em Ferraresi e explodiu no travessão.

O time brasileiro tinha muito mais posse de bola, mas não chegava com perigo ao gol de Graterol. Burocrática e lenta, a seleção brasileira apenas trocou passes na altura do meio-campo, e esteve longe de apresentar um bom futebol.

A Venezuela, por sua vez, fazia uma partida de muita entrega. No final da primeira etapa, o time chegou mais uma vez com perigo. Mais uma vez Soteldo apareceu pela direita e levantou na área. Ramírez não conseguiu cabecear e no rebote, Peñaranda bateu cruzado para boa defesa de Alisson – o goleiro brasileiro ainda fez outra defesa, em chute de Machís.

No segundo tempo, Tite voltou com Raphinha no lugar de Everton Ribeiro. Tite queria dar maior velocidade na condução de bola e no passe da seleção brasileira. Nos primeiros dez minutos, o Brasil conseguiu uma sequência de três escanteios, mas a defesa venezuelana conseguiu afastar o perigo.

Aos 11, o Brasil teve uma falta pela esquerda do ataque. Guilherme Arana, que não foi bem na primeira etapa, fez um bom cruzamento na área e Thiago Silva subiu bem para cabecear para o gol e marcar o que seria o empate da seleção brasileira. Contudo, a arbitragem anulou a jogada por impedimento do zagueiro, que foi confirmado pelo VAR (Árbitro de Vídeo).

Aos 17, Tite mandou a campo o atacante Vinícius Jr. e o Brasil passou a atuar com quatro jogadores no ataque – Raphinha, Gabriel Jesus, Gabriel Barbosa e Vinicius Junior. O problema era quem iria criar as jogadas para quem atuava mais à frente. Sem Neymar, a seleção brasileira sentiu muito a falta de algum jogador que chamasse mais a responsabilidade de conduzir a equipe.

De tanto insistir nas jogadas de bola aérea, o Brasil finalmente chegou ao empate, aos 24 minutos. Raphinha cobrou escanteio na segunda trave e o zagueiro Marquinhos subiu mais que a defesa para cabecear com força para o chão e vencer o goleiro Graterol – foi o quarto gol do defensor em 61 partidas pela seleção, o seu segundo nas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Catar-2022

Apesar de jogar mal, a fragilidade da seleção venezuelana explicava o empate da seleção brasileira, que já merecia melhor sorte no jogo. Tite sacou Gabriel Jesus e Danilo e mandou a campo Vinicius Junior e Emerson.

Aos 37 minutos, finalmente a seleção brasileira fez uma boa jogada ofensiva. Raphinha fez ótima jogada, carregou pelo meio da defesa venezuelana e abriu na esquerda para Vinícius Jr. O atacante do Brasil cortou a marcação e bateu, mas Graterol espalmou. No rebote, Gabriel Barbosa foi derrubado por González e o árbitro peruano Kevin Ortega assinalou o pênalti.

Na cobrança, Gabriel Barbosa, que jogou com a camisa com o nome de Gabi nas costas, bateu com sua costumeira eficiência e virou o jogo para a seleção brasileira. O gol tirou um peso das costas do atacante, que fez o seu primeiro gol nas Eliminatórias – foi o seu quarto gol com a camisa do Brasil e o seu 10.º de pênalti nesta temporada.

Aos 50 minutos, o Brasil ainda teve tempo de ampliar. Emerson achou Raphinha na área pela direita – ele levou a bola na linha de fundo e tocou no meio para Antony, livre, apenas empurrar para as redes e decretar o resultado final. A seleção não jogou tão bem, mas segue sua tranquila caminhada rumo ao Catar.

FICHA TÉCNICA:

VENEZUELA 1 x 3 BRASIL

VENEZUELA – Graterol; Hernandez, Ferraresi, Mejías (Chancellor) e González; José Martínez (Edson Castillo), Rincón (Moreno), Machís (Córdova), Solteldo e Peñaranda (Bello); Ramírez. Técnico: Leonardo González.

BRASIL – Alisson; Danilo (Emerson), Marquinhos, Thiago Silva e Guilherme Arana (Alex Sandro); Fabinho, Gerson, Everton Ribeiro (Raphinha) e Lucas Paquetá (Vinícius Jr.); Gabriel Barbosa e Gabriel Jesus (Antony). Técnico: Tite.

GOLS – Eric Ramírez, aos 10 minutos do primeiro tempo. Marquinhos, aos 24, Gabriel Barbosa (pênalti), aos 39, e Antony, aos 50 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Marquinhos, Bello e Hernández.

ÁRBITRO – Kevin Ortega (Peru).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio Olímpico, em Caracas (Venezuela).

(Conteúdo Estadão)


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