O Ministério do Trabalho divulgou nesta segunda-feira (17) que, entre demissões e contratações, foram criados 9,8 mil postos de trabalho com carteira assinada no Brasil em junho. É o terceiro mês consecutivo que é positivo para a geração de vagas formais.
No primeiro semestre, o saldo entre demissões e contratações foi positivo em 67,3 mil vagas formais, uma leve expansão de 0,18% na comparação com dezembro do ano passado.
Como vem ocorrendo nos últimos meses, o resultado foi fortemente influenciado pela geração de vagas no setor da agropecuária, que criou 36,8 mil postos de trabalho com carteira no mês passado.
Somente o cultivo de café, concentrado em Minas Gerais, gerou 10,8 mil postos de trabalho formais.
O cultivo de laranja e de soja criaram, respectivamente, 7,4 mil mil e 2,4 mil vagas.
Já a indústria de transformação, o comércio e a construção civil eliminaram, nessa ordem, 7,8 mil, 2,7 mil e 8,9 mil postos de trabalho formais.
Dos oito setores acompanhados pelo Caged, somente dois -administração pública e agropecuária- geraram vagas.
“É importante reconhecermos que o Brasil passou por uma das recessões mais profundas da sua história. Mesmo em setores que apresentaram números negativos, não foram assim com expressão, a ponto de trazer pânico. A não ser a construção civil, que está demorando para se recuperar, e são os dados mais preocupantes”, disse Nogueira.
“A indústria está em queda, mas não é generalizado pelos Estados. O Centro-Oeste e o Nordeste estão com resultados mais positivos para a indústria”, reforçou Mario Magalhães, coordenador geral de estatística do Ministério do Trabalho.disse Magalhães.
A expectativa, segundo Magalhães, é que a agropecuária deixe de gerar um número expressivo de vagas entre julho e agosto. “Mas isso se reverte a partir de setembro, quando começa um novo ciclo da agricultura no Nordeste. Esse ciclo não é tão volumoso, mas ajuda a sustentar a geração de empregos”, afirmou Magalhães.
‘Astrólogos’
Questionado sobre as previsões para a geração de emprego em 2017, Nogueira preferiu não dar projeções. “Os economistas, os astrólogos, os profetas erram em suas projeções. Estou dizendo que vamos ter números positivos [no final do ano], o Brasil tem capacidade de superar previsões pela grandeza do seu povo”, disse.
O ministro disse que, usando cálculos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para geração de vagas a partir da criação de novas modalidades de emprego, é possível estimar que 2 milhões de empregos formais serão gerados no Brasil com a reforma trabalhista.
Esse cálculo leva em conta a criação de modalidades como jornada parcial, jornada intermitente e trabalho de casa.
O ministro do Trabalho declarou acreditar que, após o recesso parlamentar, a medida provisória ajustando alguns pontos da reforma trabalhista será aprovada.
“Sobre o fim da contribuição sindical, a Câmara deliberou e o presidente sancionou. A Câmara não será afrontada nesse ponto. Mas estamos construindo uma contribuição não obrigatória para financiar as convenções coletivas. Na quinta vamos nos reunir com as centrais.”
Salário de admissão
O salário médio de admissão das vagas formais no Brasil foi de R$ 1.463,67 no primeiro semestre do ano, um aumento real (descontada a inflação) de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (17) pelo Ministério do Trabalho.
O salário médio dos homens no momento da admissão foi de R$ 1.500 mil entre janeiro e junho, e o das mulheres R$ 1.300. (Folhapress)
Leia mais:
- Pesquisa com mais de 3,6 mil artesãos mostra que atividade é opção para crise
- Varejo fechou quase 10 mil estabelecimentos no 1° tri, diz CNC
- Quase 10 mil lojas fecharam as portas no país no 1º trimestre
Leia mais sobre: Brasil