Neste final de semana, Goiás registrou 467 incêndios. Conforme dados do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), o número de incêndios florestais registrados em 2024, até setembro, já superou o total de ocorrências contabilizadas durante todo o ano passado no Estado. Entre os casos registrados nos últimos dias, a queimada que já atingiu cerca de 11 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás.
Conforme o monitoramento de focos de fogo ativo no Estado, feito pela Cempa Cerrado, da Universidade Federal de Goiás (UFG), o aumento se deu a partir do mês de agosto, quando foram registrados 1.120 focos de incêndio. No mês anterior, em julho, foram 495. Em setembro, até o momento, já são 1.468.
Queimadas provocadas
Os dados de queimadas em Goiás do CBMGO, detalha que a maioria das ocorrências atendidas neste ano foram referentes a incêndios em lotes baldios (5.179), o que indica que a maior parte é decorrente de queimadas praticadas pela ação humana. Entre os outros registros estão: incêndios em propriedades rurais (1.561); incêndios em áreas verdes urbanas (1.236); em estradas e rodovias (411); terras devolutas (128); unidades de conservação (126) e terras indígenas (4).
No momento, o Corpo de Bombeiros de Goiás empreende forças no combate ao incêndio que consome o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás. A área de reserva nacional é tombada como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO e já teve cerca de 11 mil hectares atingidos pelo incêndio. A área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.
A chefia do parque informou que ainda não sabe o que provocou o incêndio, iniciado na última quinta-feira (5). Há suspeitas de que a queimada seja decorrente de ação humana. O Parque Nacional da Chapada é considerada a maior unidade de conservação do Cerrado brasileiro, bioma que, somente este ano, teve registro de 48.966 focos de queimada, conforme monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Medidas ao combate
Como medida para o combate aos incêndios criminosos e fortalecimento das operações de combate a queimadas em Goiás, o CBMGO promoveu uma reunião estratégica nesta segunda-feira (9). No encontro, foram delineadas práticas específicas para otimizar o combate aos focos de incêndio, entre elas, ações destacadas que envolvem o emprego coordenado do expediente administrativo nos focos de incêndio e o reforço do efetivo da Operação Cerrado Vivo.
Além disso, o Governo de Goiás também se empenha para que os incêndios criminosos no Estado sejam contidos e punidos. Na última sexta-feira (5), foi sancionada pelo governador em exercício Daniel Vilela (MDB), a Lei nº 22.978, que institui a Política Estadual de Segurança Pública de Prevenção e Combate ao Incêndio Criminoso.
A lei determina que quem provocar incêndios durante o período de vigência de situação de emergência ambiental ou calamidade, ao qual o Estado se encontra no momento, terá como pena uma multa e poderá ficar preso de 4 a 7 anos, sendo crime inafiançável. Se o incêndio provocado causar morte, lesão corporal grave, prejuízo econômico e comprometimento do funcionamento de serviços públicos, a pena pode subir para 10 anos de prisão, mais multa.
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