10 de agosto de 2024
Política

Bolsonaro volta a defender cloroquina e pede volta ao trabalho

Presidente dá entrevista ao deixar Planalto. (Foto: Reprodução)
Presidente dá entrevista ao deixar Planalto. (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro, mesmo após contraindicação do ministro da Saúde, Nelson Teich, voltou a defender o uso da cloroquina no tratamento de doentes com a Covid-19. Especialistas em saúde dizem que não há comprovação de que a droga auxilia na recuperação, além de ter efeitos colaterais cardíacos. Novos estudos apontam até mesmo a ineficácia do medicamento no combate ao coronavírus.

“Nós estamos tendo centenas de mortes por dia. Se existe uma possibilidade de diminuir esse número com a cloroquina, por que não usar? Alguns falam que pode ser placebo. Pode ser. Você não sabe. Mas pode não ser também. A gente não pode, por exemplo, falar: ‘Ah, se tivesse usado a cloroquina lá atrás, teria salvo milhões de pessoas. Só isso”, disse o presidente.

Em rede social, Teich pediu cautela com a utilização da droga, ressaltou os efeitos colaterais e afirmou que qualquer prescrição só é feita com avaliação médica e a assinatura de um termo de consentimento por parte do paciente. Bolsonaro, por sua vez, afirmou que os ministros devem estar afinados com ele.

“Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”, afirmou Bolsonaro.

Fim do isolamento

Jair Bolsonaro também voltou a defender o fim da quarentena e a retomada das atividades no país em meio à pandemia da Covid-19.

“Quem está passando fome perde a razão. Quando ele chega em casa e vê o filho passando fome, ele não pode fazer nada. Ele se desespera. Ele fica doido. Briga em casa, briga com o vizinho”, disse. “Vamos esperar chegar a esse ponto para reagir? O povo tem que voltar a trabalhar!”, acrescentou.

Ele também criticou a cobertura da imprensa e pediu que os jornalistas façam “um trabalho sério”. Segundo Bolsonaro, é preciso mostrar a situação de pessoas humildes.

“Quem ficar em casa parado vai morrer de fome… Eu fico me colocando no lugar das pessoas humildes. Se vocês toparem fazer uma matéria decente, eu vou com vocês no fim de semana à Ceilândia, Taguatinga, pessoal mais das cidades satélites, para ver como estão vivendo. Falem com o chefe de vocês e, se autorizar, a gente vai lá”, disse Bolsonaro

E acrescentou: “Sem aquela de provocou aglomeramento [sic], entrou em farmácia, caiu a máscara, não sabe usar a máscara… Parar com essas babaquices e fazer a coisa séria”.


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