O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na noite desta quinta-feira (5/11) que vai entregar ao Congresso Nacional, em 2021, uma proposta para alterar o sistema eleitoral brasileiro, que seria uma votação impressa defendida pelo presidente.
Em sua live semanal, que faz às quintas-feiras, o presidente disse que quer que o Brasil tenha “um sistema eleitoral confiável em 2022”. “Nós temos, sim, já está bastante avançado, o estudo (para propor o voto impresso). A gente espera, no ano que vem, entrar, mergulhar na Câmara e no Senado, para que a gente possa, realmente, ter um sistema eleitoral confiável em 2022”, explicou.
Ainda na live, o chefe do Executivo brasileiro deu detalhes e explicou que o governo está estudando as experiências de outros países em que o sistema eleitoral adota o voto impresso. O presidente opinou que “o voto impresso é a maneira que você tem de auditar, contar votos de verdade”. “Nós devemos, sim, ver o que acontece em outros países, e buscar um sistema que seja confiável por ocasião das eleições.”
Já existe uma proposta que vai ao encontro dos anseios de Bolsonaro, que é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, da deputada Bia Kicis (PSL-DF). Nela as cédulas poderão ser conferidas pelo eleitor e deverão ser depositadas em urnas indevassáveis de forma automática e sem contato manual, para fins de auditoria. Já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, em dezembro de 2019, esta PEC aguarda ir à apreciação do plenário da Casa.
Desde antes mesmo de ser eleito presidente, Bolsonaro já duvidava do sistema eleitoral brasileiro. Ele insinuou que se Fernando Haddad (PT) houvesse sido eleito, em 2018, Bolsonaro não aceitaria o resultado. O presidente, depois de eleito, chegou a dizer que tinha provas de que o sistema eleitoral foi fraudado nas eleições presidenciais passada, em que ele fora eleito, mas nunca apresentou essas provas. “Eu acredito pelas provas que tenho nas minhas mãos, que vou mostrar brevemente. Eu fui eleito em primeiro turno, mas no meu entender houve fraude. Nós temos não apenas uma palavra. Nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes”, afirmou Bolsonaro, em 9 de março, em viagem aos Estados Unidos.
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