Defensor de uma mudança no processo do sistema eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu apresentar nesta quinta-feira (29/07) provas de que pleitos anteriores foram fraudados para justificar o voto impresso, mas o que fez foi transformar sua live semanal em palanque digital em defesa a sua candidatura para o próximo ano.
O que se viu na live foram dois momentos. O primeiro, em que Bolsonaro dedica seus minutos para atacar o processo eleitoral, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, além do seu principal concorrente, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e um segundo momento em que um “técnico” apresentou videos com diversos vídeos sem contextualizações, vídeos já compartilhados em aplicativos como o WhatsApp e uma série de análises feitas por jornalistas da GloboNews sobre a apuração das eleições em 2018. “Ainda pode dar primeiro turno”, disse o jornalista Gerson Camarotti em uma edição jornalística exibida na Globonews no dia do pleito.
Durante a transmissão, Bolsonaro sempre manteve mais de 100 mil pessoas em seu canal do Youtube. Aproximadamente 65 mil visualizações no Facebook. Bolsonaro usa uma série de teorias da conspiração para tentar defender a mudança do voto mas em nenhum momento apresenta provas que pleitos anteriores foram contaminados com fraudes. “Quem o povo votar em 2022 o destino do Brasil e da sua família em grande parte estará nas mãos de quem ele votou. Se ele fez uma opção errada, que aguente as consequências, mas não podemos admitir é que alguém que não tenha voto chegue. É justo quem tirou o Lula da cadeia, quem o tornou elegível, ser o mesmo que vai contar o voto numa sala secreta do TSE?”, indaga.
O segundo momento da live, o analista apresentou uma série de reportagens antigas, vídeos sem contexto pré-definido e assuntos sem checagem feita. Em uma delas, Bolsonaro compartilhou vídeo de uma reportagem do Jornal da Band sobre a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar supostas irregularidades nas urnas eletrônicas do município. A corporação concluiu em janeiro de 2009 que não houve fraude nas urnas.
Diversas vezes, Bolsonaro cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em meio ao seu texto. “Eu quero eleições ano que vem. Vamos realizar eleições ano que vem. Mas eleições limpas, democráticas e sinceras”. O presidente quer, deseja, está ansioso pela mudança no processo. Ao lado de um apoiador, tentou fazer disso sua redenção e sacramento. Tudo não passou de conspirações que já estão sendo compartilhadas em grupos de whatsapp bolsonaristas.
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