O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) tem tentado alterado algumas peças que compõem seu governo na Câmara e no Senado. Algumas, com sucesso, outra nem tanto. Em meio a crise interna que a legenda do governo passa entre ontem (16/10) e hoje (17/10) o presidente tentou fazer duas trocas significativas. Ontem, houve uma suposta articulação para trocar o deputado federal Delegado Waldir (PSL), líder do partido na Câmara e no começo da noite desta quinta-feira (17/10) o porta-voz da presidência confirmou que Joice Hasselmann (PSL) foi destituída da liderança do governo no Congresso Nacional. Em seu lugar, Bolsonaro já nomeou o senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
A situação atenua o sentimento de que o partido do presidente está rachado. A decisão de Bolsonaro afastar Joice acontece um dia após o partido ter tentado colocar o deputado federal Eduardo Bolsonaro, no lugar do Delegado Waldir. Hasselmann e outros 29 parlamentares ficaram ao lado do parlamentar goiano. Apesar da decisão da legenda, Waldir continuará como líder do PSL na Câmara.
Ontem (16/10), o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) apresentou duas listas para assumir a liderança do partido: a primeira às 21h50 e a segunda às 22h27. Ambas continham 27 assinaturas, das quais 26 foram confirmadas na primeira lista, e 24, na segunda. Já a lista de assinaturas apresentada ontem por Delegado Waldir foi apresentada às 22h18, com 31 assinaturas – das quais 29 foram confirmadas.
Apesar disso, o líder do governo na Câmara, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) insiste em dizer que o PSL continuará atuando para fazer a troca de liderança do partido. Segundo ele, parlamentares da sigla têm sido procurados por internautas nas redes sociais para que apoiem a liderança de Eduardo Bolsonaro.
O despacho do presidente da República com a indicação do senador Eduardo Gomes (MDB-TO) para o cargo de líder do governo no Congresso foi publicado nesta tarde em edição extra do Diário Oficial da União. Gomes substituirá a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Para Vitor Hugo, a troca não foi retaliação, já que a liderança é um cargo de confiança do presidente. “Ainda não temos previsão [de] quando vamos atingir o número necessário. Vamos buscar uma lista sim, mantendo o intuito expresso pelos deputados que estão apoiando expressamente o presidente da República de mudar a liderança do PSL”, disse.
Desde o dia 8 de outubro no entanto, a situação anda ganhando contornos mais públicos quando o presidente da República é filmado pedindo para que um apoiador “esquecesse” o partido e dizer que o presidente da legenda, Luciano Bívar estava “queimado pra caramba”.
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